O defensor Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro, pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) que os magistrados Flávio Dino e Cristiano Zanin, escolhidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Corte, se declarem suspeitos para avaliar a acusação apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que imputa a Bolsonaro a coordenação de uma suposta tentativa de golpe de Estado. Vilardi também solicitará que o caso seja analisado em plenário, e não na Primeira Turma.
Vilardi teve um encontro na tarde de hoje com o presidente do STF, Luís Roberto Barroso. Informações obtidas pelo GLOBO indicam que, durante a reunião, o advogado expôs suas solicitações e mencionou que se encontrará com o ministro Alexandre de Moraes nesta quarta-feira. Moraes é o responsável pela relatoria do caso ligado ao esquema golpista após as eleições de 2022.
As decisões sobre ações penais no Supremo Tribunal são tomadas pela turma à qual pertence o relator; no caso de Moraes, ele integra a Primeira Turma.
Depois da reunião, o representante legal de Bolsonaro declarou que solicitará a revogação da delação de Mauro Cid, que teve seu sigilo cancelado na semana anterior por ordem de Moraes. Em um pedido dirigido ao tribunal, ele já requisitou um prazo maior para que a acusação fosse examinada, mas Moraes negou essa solicitação, mantendo o limite de 15 dias.
Ao ser indagado sobre os áudios veiculados pelo programa Fantástico, da TV Globo, que revelam a participação de militares no esquema golpista, Vilardi respondeu que ainda não assistiu a todo o conteúdo, mas ressaltou que não se deve formar uma opinião com base em trechos isolados.
Após a audiência, o STF comunicou que o advogado “expos as justificativas para as petições que serão protocoladas, e o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que irá avaliar os pedidos”. De acordo com a Corte, a audiência teve uma duração aproximada de 20 minutos e contou com a presença de assessores da Presidência do STF.
Qual a razão da denúncia de Bolsonaro pela PGR?
De acordo com a PGR, Bolsonaro foi o ‘chefão‘ de um grupo criminoso que tentou realizar um golpe de Estado.
“A culpa pelos atos prejudiciais à ordem democrática recai sobre uma organização criminosa sob a liderança de Jair Messias Bolsonaro, que se fundamenta em um projeto de poder autoritário“, afirmou Gonet na acusação.
Conforme a Procuradoria Geral da República, a alegada gangue criminosa estava “integrada nas fundações do Estado” e possuía “considerável poder em segmentos militares”. (Foto: STF/Reprodução)
