O ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro responde a duas ações, do PT e do PL, no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) que o acusam de abuso do poder econômico na pré-campanha de 2022
O advogado Rodrigo Gaião decidiu nesta sexta-feira (19) rescindir contrato e deixar o time de defesa do ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, o senador Sergio Moro (União Brasil/PR) em meio a processo que pode cassar seu mandato. Moro responde a duas ações no TRE que o acusam de abuso do poder econômico na pré-campanha de 2022. O profissional confirmou a saída do caso por meio do seu escritório, a Gaião Sociedade Individual de Advocacia. Em nota, reforçou seu direito a honorários em casos de “sucumbência ou êxito, proporcionais ao período de atuação no feito”.
Por sua vez, Moro teria afirmado, conforme publicado em mais de um meio de comunicação, que sua “relação de confiança” seria com Gustavo Bonini Guedes, outro advogado que o atende nos processos. O ex-juiz já assinou a procuração que dispensa os serviços de Gaião. Além de Guedes, outros cinco advogados atendem Moro nos processos que pedem sua cassação.
O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná analisa duas ações que investigam o senador por abuso de poder econômico durante a pré-campanha de 2022. Uma foi protocolada pela federação PT/PV/PCdoB e outra pelo PL-PR. O partido de Bolsonaro e Valdemar Costa Neto tem a expectativa de que sua ação seja julgada já em fevereiro de 2024, quando começam as atividades do Judiciário nesse ano.
Já do lado do PT, uma mudança na composição do TRE dependerá de lista tríplice a ser aprovada pelo tribunal e posterior nomeação do substituto pelo presidente Lula. A troca pode desequilibrar as forças em desfavor de Sergio Moro. Em 23 de janeiro termina o mandato de Thiago Paiva dos Santos, representante da classe dos advogados no tribunal e dias depois terminam os períodos dos seus dois substitutos na corte.
Nesse contexto, o regimento interno do tribunal impõe que todos os seus sete membros devem estar presentes nas decisões que podem cassar registros e diplomas. Lula terá de nomear rapidamente o novo membro do tribunal para as previsões do PL se concretizem. A expectativa é de que fato Moro seja cassado, mas talvez não em fevereiro. Em 14 de dezembro a Procuradoria Regional Eleitoral do Paraná pediu o acolhimento parcial da ações, incluindo a cassação do mandato.
(Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles)