A reação da Europa às ameaças de Trump sobre a Groenlândia

Na quarta-feira (8/1), Alemanha e França declararam que a União Europeia não aceitará hostilidades contra suas “fronteiras soberanas”, em reação à possível intenção de Donald Trump de transformar a Groenlândia em um território dos Estados Unidos.

“É claro que a União Europeia não vai permitir que países terceiros amenacem suas fronteiras soberanas, independentemente de quem sejam“, afirmou o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, em entrevista a uma rádio local.

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Olaf Scholz, enfatizou que “o conceito de respeito à integridade territorial é válido para todas as nações, sejam elas de grande ou diminuta dimensão“.

Na terça-feira, 9 de janeiro, Trump reforçou sua intenção de comprar a Groenlândia, uma região autônoma sob a jurisdição da Dinamarca, afirmando que sua aquisição era “fundamental” para a segurança nacional e a economia dos Estados Unidos.

O ministro da França declarou que não acredita que os Estados Unidos realmente atacarão a ilha, mas sublinhou que a União Europeia não deve ser assediada.

“Devemos deixar que o medo e a ansiedade nos dominem? Com certeza, não. É essencial que nos acordemos e solidifiquemos nossa atitude.”

É complicado conceber como a União Europeia conseguiria prevenir um possível ataque, uma vez que não conta com uma força de defesa independente e a maioria dos 27 países membros integra a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), sob a liderança dos Estados Unidos.

Trump manifestou interesse em adquirir a Groenlândia durante seu primeiro período na presidência.

A Dinamarca, que mantém uma aliança histórica com os Estados Unidos, afirmou categoricamente que a Groenlândia não está disponível para negociação e é propriedade de seu povo.

O primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Egede, que tem se empenhado na autonomia da região, destacou durante sua visita a Copenhague nesta quarta-feira que a ilha não está disponível para venda.

Trump expressou suas opiniões durante uma coletiva de imprensa em sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida, faltando menos de duas semanas para o início de seu segundo mandato presidencial, marcado para 20 de janeiro.

Ao ser indagado se descartaria o emprego de força militar ou econômica para obter controle sobre a Groenlândia ou o Canal do Panamá, Trump declarou: “Não, não posso assegurar isso em nenhum dos dois cenários“.

Entretanto, posso afirmar que os necessitamos para garantir a nossa estabilidade econômica”, complementou o presidente eleito. (Imagem: BBC)

 

Com informação da BBC Londres

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