Belém e Recife poderão dividir  o título de Capital do Brega

Numa articulação que mostra que a política, quando quer, sabe ser instrumento de união e reconhecimento cultural, Belém e Recife deverão   compartilhar oficialmente o título de Capital Nacional do Brega.

A disputa, que chegou ao Congresso com tons de rivalidade regional, foi superada pelo que se espera mas nem sempre se vê no Parlamento: o diálogo amistoso.

O senador Beto Faro (PT-PA) foi peça-chave nesse desfecho. Ao perceber que a proposta inicial privilegiava apenas Recife, Faro buscou o colega Humberto Costa (PT-PE) para uma conversa franca, mas respeitosa. Levou argumentos com lastro histórico e cultural: falou da origem amazônica do brega, da sonoridade que nasceu do batuque indígena, da lambada que embala a periferia de Belém, das guitarradas que contam histórias de amor, dor e resistência.

Mais do que disputar, Faro propôs somar. E teve abertura para isso. Humberto Costa ouviu. Dialogou. Reconheceu. Beto Faro também conversou  com o autor da proposta original, Deputado Federal Felipe Carreras (PSB/PE) buscando o consenso. O resultado foi uma emenda que poderá mudar o jogo: agora o Norte e o Nordeste deverão se unir para dividir um título simbólico.

O gesto é simples e carrega um recado importante: a cultura não precisa ser território de exclusão, e a política pode ser ponte. Belém e Recife têm trajetórias distintas, mas igualmente ricas no brega. Para o senador Beto Faro , dividir  o titulo não é perder. “ É reconhecer que o Brasil é plural, e que o mérito, muitas vezes, é coletivo” , afirma .

A solução desse impasse no campo da arte traz uma lição importante para o país que  precisa de consensos. O acordo mostra que é possível fazer diferente. E que, sim, o brega pode unir o que a política, tantas vezes, separa.

O projeto agora irá a plenário onde se abrirá uma discussão para construir formalmente  , o consenso.

Com informação da assessoria parlamentar

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