O Supremo Tribunal Federal (STF) começa, nesta segunda-feira (19), as audiências com as testemunhas convocadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no julgamento do “núcleo 1“ do caso que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Dentre os acusados, encontra-se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Cinco testemunhas de acusação estão agendadas para prestar depoimento ao Supremo a partir das 15 horas. As testemunhas são:
- Éder Lindsay Magalhães Balbino: um empresário suspeito de ter colaborado na criação de um dossiê forjado que alega irregularidades nas urnas eletrônicas.
- Clebson Ferreira de Paula Vieira é um analista de inteligência na Coordenação-Geral de Inteligência do Ministério da Justiça, e teria sido encarregado de compilar dados sobre as cidades onde Lula e Bolsonaro obtiveram mais de 75% dos votos no primeiro turno da eleição presidencial de 2022.
- Adiel Pereira Alcântara, que anteriormente foi coordenador de Análise de Inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), supostamente teria tomado medidas para impedir o deslocamento de eleitores durante o segundo turno.
- Marco Antônio Freire Gomes: ex-líder das Forças Armadas, ele supostamente teria enfrentado pressão para se unir ao alegado esquema de golpe.
- Carlos de Almeida Baptista Júnior, que já foi o chefe da Aeronáutica, também teria enfrentado pressões para se envolver no esquema.
O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), também estava previsto para ser ouvido hoje à tarde. No entanto, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o liberou do compromisso. Ibaneis permanece como testemunha a favor do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres.
Nos processos criminais do Supremo Tribunal Federal, os depoimentos são supervisionados pelos juízes auxiliares que fazem parte do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
As audiências ocorrerão por meio de videoconferência, com a presença das defesas dos acusados e de representantes da Procuradoria Geral da República. Todos os participantes, incluindo o juiz auxiliar, têm a possibilidade de interrogar as testemunhas. (Foto: Antonio Augusto/STF)