Conclave: cardeais entraram em reclusão para eleger novo papa

Os cardeais que irão participar do conclave para escolher um novo papa iniciaram nesta terça-feira (6) o procedimento de check-in em dois hotéis situados no Vaticano, onde permanecerão isolados do mundo externo enquanto deliberam sobre quem deve ser o sucessor do papa Francisco.

O colégio de cardeais iniciará suas deliberações em sessão secreta na Capela Sistina na tarde desta quarta-feira (7). Apenas os cardeais com menos de 80 anos terão o direito de votar para escolher o novo líder da Igreja, que possui uma comunidade de 1,4 bilhão de fiéis globalmente.

A disputa para encontrar o sucessor de Francisco, falecido no mês passado, é considerada bastante imprevisível. Apesar de alguns candidatos terem sido mencionados como prováveis favoritos, muitos dos 133 cardeais que participarão da votação no conclave afirmaram não ter ideia de quem será o novo papa.

“Não tenho ideia alguma“, afirmou o cardeal Robert McElroy durante sua passagem por uma paróquia em Roma na noite de segunda-feira (5).

O procedimento do conclave é “intenso e enigmático“, declarou McElroy, o arcebispo de Washington. “Não consigo oferecer nenhuma pista sobre quem está na liderança“, comentou.

Certos cardeais estão à procura de um novo papa que siga a linha de Francisco, promovendo uma Igreja mais aberta e acessível, enquanto outros desejam um retorno a práticas mais tradicionais que priorizam a doutrina.

Os conclaves costumam durar dias, durante os quais são feitas diversas votações até que um dos candidatos consiga a maioria exigida de três quartos para ser eleito papa.

Enquanto durar o conclave, os cardeais elegíveis se instalarão em duas acomodações no Vaticano e prestarão um compromisso de não se comunicar com ninguém que não esteja envolvido no processo de votação confidencial.

Francisco focou em designar cardeais para nações que nunca haviam tido essa honra anteriormente, como Haiti, Sudão do Sul e Mianmar.

Este conclave será o mais geograficamente diversificado em 2.000 anos de história da Igreja, reunindo representantes religiosos de 70 nações diferentes.

O cardeal japonês Tarcisio Isao Kikuchi informou ao jornal La Repubblica que uma grande parte dos 23 cardeais asiáticos que participarão do conclave tem a intenção de votar de maneira unificada.

Ele comparou a abordagem deles à dos 53 cardeais europeus, que são reconhecidos por votarem de acordo com países específicos ou suas próprias inclinações.

É provável que nós, asiáticos, sejamos mais inclinados a apoiar um ou dois candidatos… vamos aguardar para ver quem se destacará como o candidato principal”, afirmou Kikuchi.(Foto: Vatican Media/Simone Risoluti/Via Reuters)

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