Cardeal africano é conhecido por posições firmes e conservadoras, e ganhou projeção ao se opor à ditadura em seu país
Após o falecimento do Papa Francisco, ocorrido na manhã desta segunda-feira (21), vários nomes começaram a ser cogitados como possíveis substitutos. Um dos destaques é o cardeal guineense Robert Sarah. Caso seja escolhido, ele faria história ao se tornar o primeiro papa negro.
Ele também se tornaria o primeiro papa oriundo da África em mais de 1.500 anos.
Ao longo da história, a Igreja Católica contou com três papas originários da África, todos durante os primeiros cinco séculos, e nenhum deles era de origem negra: Vítor I (189-198), Melquíades (311-314) e Gelásio I (492-496).
Entretanto, existem diversos outros concorrentes mencionados nesse rol, e eventos inesperados podem ocorrer.
Atualmente com 79 anos, ele é amplamente reconhecido por suas visões conservadoras, abrangendo questões morais e de comportamento. Sarah é veementemente adversa ao aborto e à eutanásia. O religioso ocupa o cargo de prefeito-emérito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos do Vaticano, que é responsável pela normatização da liturgia e dos sacramentos, uma função de grande prestígio dentro da Igreja Católica.
Quem é Robert Sarah?
Sarah é autor de sete obras, uma delas coescrita com o Papa Bento XVI, com quem compartilha uma conexão especial. Em suas publicações, ele enfatiza seu posicionamento conservador, expressando opiniões sempre contundentes.
Aos 34 anos, foi nomeado por Papa João Paulo II como arcebispo metropolitano de Conakry, sua cidade natal na Guiné.
Naquele momento, ele criticou abertamente o então presidente Lansana Conté, um militar que tomou o poder após um golpe em 1984 e permaneceu no comando até falecer em 2008. Essa atitude trouxe reconhecimento a Sarah tanto em seu país quanto no exterior. (Foto: Divulgação)