O chefe do Ministério de Minas e Energia, Alexandre Silveira, encontrou-se neste domingo com Oscar Su, vice-presidente da BYD na América Latina, para discutir os aportes da companhia chinesa na fabricação de baterias e na cadeia do lítio no Brasil. A reunião acontece em meio ao conflito comercial e tarifário entre os Estados Unidos sob a administração de Donald Trump e a China liderada por Xi Jinping.
Silveira encontra-se em Shenzhen para discutir investimentos no setor de energia do Brasil. Depois de uma reunião com a BYD, grande fabricante de veículos elétricos, o ministro declarou ao GLOBO que os representantes da empresa chinesa demonstraram interesse em expandir suas operações no Brasil, abrangendo também a exploração de minerais essenciais e a criação de uma cadeia para a produção de baterias no território nacional.
— A meta é expandir o número de concessionárias no Brasil, e o mais fascinante é que assumiram o compromisso de investir na cadeia mineral do país. Caso consigam estabelecer parcerias com empresas locais no ramo da mineração de lítio, eles irão desenvolver a cadeia produtiva de baterias no Brasil — afirmou Silveira.
A visita do ministro à China também serve como uma antecipação da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, programada para o mês que vem. De acordo com Silveira, o objetivo é que Lula formalize um memorando de entendimento relacionado à colaboração na fabricação de baterias.
Além de fabricar veículos elétricos, a BYD se destaca mundialmente na área de sistemas de armazenamento de energia por meio de baterias. O ministro afirma que os investidores chineses estão interessados em aplicar recursos nesse setor no Brasil, especialmente considerando que o governo planeja conduzir seu primeiro leilão de baterias de armazenamento de energia no segundo semestre deste ano.
– Tanto eles quanto a Huawei mostram um interesse significativo em realizar investimentos, independentemente do que for necessário. Buscam estabelecer uma colaboração no setor de energias renováveis e afirmam ter recebido a orientação de Xi Jinping, com o Brasil sendo o parceiro desejado neste momento. Assim, o desejo de investimento por parte da indústria nacional é absoluto, diz Silveira.
Desde que desembarcou no Brasil em 2014, a fabricante chinesa tem expandido consideravelmente seu alcance. Hoje, são sete as fábricas da companhia espalhadas pelo país. Em 2023, começou a edificação do Complexo de Camaçari, na Bahia, que se tornará a maior instalação da empresa fora da Ásia. (Foto: MME/Divulgação)