Recentemente, o governo anunciou três decisões estratégicas que se alinham a um dos pilares da política de apoio à indústria: o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ceis). Esse complexo visa, simultaneamente, fortalecer a capacidade produtiva do setor industrial e abastecer o Sistema Único de Saúde (SUS).
Durante um evento em Montes Claros, Minas Gerais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve presente quando a empresa dinamarquesa Novo Nordisk revelou um investimento de R$ 6,4 bilhões para a fabricação de medicamentos no Brasil.
A empresa farmacêutica desempenha um papel crucial como fornecedora de insulina e fármacos para o tratamento da hemofilia ao Sistema Único de Saúde (SUS). No momento, gera 2,65 mil postos de trabalho, tanto diretos quanto indiretos, e há planos para adicionar mais 600.
A meta do investimento divulgado é expandir a capacidade de fabricação de terapias injetáveis destinadas a indivíduos com obesidade, diabetes e outras condições crônicas severas.
BNDES, Finep e Fundação Butantan, responsável prertendem investir em em micro, pequenas e médias empresas inovadoras na área de saúde. Foto:Tomaz Silva/Agência Brasil
Apoio às empresas
Na mesma data, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Fundação Butantan, encarregada da administração dos recursos do Instituto Butantan, anunciaram que destinarão pelo menos R$ 200 milhões para apoiar micro, pequenas e médias empresas que se destacam em inovações no setor de saúde.
A colaboração entre as instituições visa estabelecer um fundo focado em startups, negócios com grande potencial inovador e elevado uso de tecnologia. O objetivo é fortalecer a cadeia de suprimentos do Sistema Único de Saúde (SUS).
O BNDES, uma instituição financeira pública vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), atua como um dos pilares do governo no apoio ao Complexo Econômico-Industrial da Saúde. A expectativa é que o banco invista entre R$ 50 milhões e R$ 125 milhões no fundo.
A Finep, uma entidade pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), irá investir até R$ 60 milhões. Por sua vez, o Butantan, principal fabricante de vacinas e soros da América Latina e associado ao governo de São Paulo, investirá pelo menos R$ 50 milhões.
A companhia localizada em Aparecida de Goiânia (GO) fornecerá ao governo produtos como stent farmacológico para as coronárias, cateter, fio guia manobrável para angioplastia e balão periférico.
Um stent é um mini dispositivo médico tubular que é implantado nas artérias para evitar e impedir a obstrução do fluxo sanguíneo, estando assim associado a procedimentos relacionados ao sistema cardiovascular.
Fortalecendo o Complexo de Saúde
Em janeiro de 2024, o governo apresentou sua política industrial, conhecida como Nova Indústria Brasil (NIB). Nesse conjunto de ações de estímulo, estão incluídas iniciativas direcionadas ao Complexo Econômico-Industrial da Saúde, que integra a denominada Missão 2 da NIB.
Além de criar empregos e promover o crescimento econômico, o objetivo da política de estimulo é aumentar a produção interna de 45% para 70% da demanda por medicamentos, vacinas, equipamentos, dispositivos médicos, materiais e outros insumos e tecnologias em saúde até o ano de 2033.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços revelou que os recursos destinados à Missão 2 ultrapassam R$ 57 bilhões, incluindo aportes públicos e privados. Esse montante será utilizado para fortalecer a produção em laboratórios e fábricas.
Durante sua defesa da política de estímulo na planta de Montes Claros, o presidente Lula destacou que está ocorrendo “uma transformação na revitalização do setor industrial nacional”, especialmente nas indústrias associadas ao Complexo Econômico-Industrial da Saúde. (Foto: Reprodução)