O Brasil indígena tranca as estradas para abrir os olhos da Justiça

Itaituba (PA)  –   A paciência dos povos indígenas Munduruku no oeste do Pará chegou ao limite. Desde a madrugada desta terça-feira (25) , eles bloqueiam a BR-230 em Itaituba na altura do Igarapé Itapacurazinjo .

O protesto liderado por  guerreiras indígenas é contra o Supremo Tribunal Federal ( STF) e, em especial, contra o ministro Gilmar Mendes que segundo os manifestas querem abrir caminho para a mineração em terra indígena por meio da lei 24.701/2023

A revolta dos povos Munduruku não é gratuita. Segundo Alessandra Munduruku , o ministro estaria  manobrando para esvaziar o julgamento do marco temporal e abrir caminho para interesses econômicos sobre as terras ancestrais.

Com tochas acesas e cantos de guerra, os indígenas denunciam  o que chamam de “traição institucional”. A decisão do ministro Gilmar Mendes de levar o debate sobre a indenização de invasores de terras indígenas ao plenário do STF,  acendeu o alerta máximo. Se aprovada, a medida pode abrir um perigoso precedente, premiando grileiros e tornando ainda mais frágil a luta pela demarcação.

“Não sairemos daqui até que o Supremo respeite nossos direitos”, gritam os manifestantes, enquanto o trânsito trava e o Brasil é obrigado a olhar para um problema que muitos insistem em ignorar.

A BR-230 agora ocupada, é um símbolo da resistência de um povo que luta há séculos contra a invisibilidade e o apagamento. O bloqueio liderado por mulheres indígenas não é apenas um ato de protesto; é um grito de socorro. “ Porque, no Brasil de 2025, enquanto a Constituição diz que as terras indígenas são “originárias mas os ministros do STF tentam reescrever a história em benefício de quem sempre esteve do outro lado: o lado da grilagem, do agronegócio predatório e da exploração desenfreada” enfatiza Alessandra.

Os povos indígenas de outras etnias apoiam a ação e  sabem que o tempo não está a seu favor. Mas garantem que se há algo que a história os ensina, é que quando os povos originários se levantam, o Brasil inteiro precisa escutar.

Uma longa fila de caminhões se formou dos dois lados da BR que também é conhecida como Transamazônica  que é fundamental para o escoamento da produção agrícola, pecuária e mineral, no sudoeste do Pará .

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