As autoridades israelenses decidiram adiar a soltura de mais de 600 detentos palestinos que estava agendada para este sábado (22), que fazia parte do entendimento de tregua na Faixa de Gaza. Esse acordo também envolveu a liberação de seis reféns israelenses, realizada ontem pelo Hamas.
Neste domingo (23), o escritório do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou que as cerimônias do Hamas relacionadas à liberação dos reféns teriam infringido o pacto firmado com Israel.
“Em razão das constantes transgressões cometidas pelo Hamas, que incluem as cerimônias que desonram nossos reféns e o uso oportunista deles para propaganda, foi decidido postergar a liberação de terroristas que estava prevista para ontem, até que a soltura dos próximos reféns esteja assegurada, sem quaisquer cerimoniais humilhantes“, afirmou em uma declaração.
Os atos de liberação dos reféns pelo Hamas têm causado descontentamento entre as autoridades de Tel Aviv. Neste sábado, um dos reféns demonstrou afeto ao beijar um soldado da resistência palestina, em um gesto inesperado.
O Hamas, grupo de resistência islâmica, repudiou o adiamento na liberação dos prisioneiros palestinos, avaliando que isso configura uma transgressão do pacto de trégua.
“O argumento de que ‘a cerimônia de entrega é degradante’ é uma justificativa frágil e sem fundamento, criada para driblar o cumprimento das condições do acordo. Esses rituais cerimoniais não desrespeitam os prisioneiros, mas sim representam um tratamento digno e humano’, declarou o grupo palestino em um comunicado.”.
O Hamas informou que os palestinos que foram presos têm sido soltos com as mãos atadas e os olhos cobertos, enquanto suas famílias recebem ameaças de represálias se comemorarem a volta dos seus entes.
“O Hamas pediu aos mediadores e à comunidade global que assumam suas responsabilidades e façam pressão sobre a ocupação para que o acordo seja cumprido e os prisioneiros sejam liberados sem mais atrasos.”.
O pacto de trégua entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza estabelecia, entre outras ações, a troca dos cidadãos israelenses sequestrados no dia 7 de outubro por prisioneiros palestinos detidos por Israel. (Foto: EFT/Israel)