Bia Cardoso – Não é fácil ser prefeito de um município enraizado na floresta onde metade do território é terra indígena. . Para quem vive na cidade, Brasília pode parecer logo ali, um voo rápido, algumas reuniões, e pronto. Mas para quem vem de Bom Jesus do Tocantins distante quase 1500 km, a jornada é longa e desafiadora. O prefeito Jeilson dos Santos sabe bem disso.
De Bom Jesus do Tocantins até a capital do país, cada quilômetro percorrido carrega um propósito: garantir que as vozes das comunidades indígenas sejam ouvidas onde as grandes decisões são tomadas.
Ao lado de Katê Parkatêjê, secretário de Assuntos dos Povos Indígenas e legítimo representante das aldeias da região, Jeilson atravessou estradas até Marabá , pegou aviões e enfrentou a burocracia para chegar ao Ministério dos Povos Indígenas numa rotina intensa. Reuniões marcadas e remarcadas, portas que precisam ser abertas, discursos que devem ser firmes, mas respeitosos. Tudo para garantir que políticas públicas saiam do papel e se transformem em direitos concretos.
O encontro no Ministério foi um momento crucial. Ali, indígenas falaram com indígenas, sem intermediários, sem ruídos. A pauta era clara: a valorização dos povos originários, o respeito à cultura e o fortalecimento das políticas que garantem a sobrevivência de suas tradições e territórios.
Depois de dias de agendas apertadas, batalhas burocráticas e promessas conquistadas, Jeilson e Katê voltam para o seu povo na esperança de que dias melhores virão. (Foto: Reprodução)