PIX: Como foi a reunião em que Lula decidiu suspender norma da RF

A controvérsia gerada pela Instrução Normativa (IN) da Receita Federal, que aborda a vigilância das transações financeiras, abarcando o Pix e outras formas como cartões de crédito, levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a convocar urgentemente ministros para o Palácio do Planalto, alterando sua programação na tarde desta quarta-feira.

Durante a reunião, o presidente decidiu interromper a implementação da medida. A diretriz da Receita, além de criar incertezas, provocou uma série de reportagens sobre a possibilidade de uma tributação sobre o Pix, coisa que o documento original não indicou.

Lula, junto com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias; da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira; e o diretor da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, concluiu que era essencial anular a norma para controlar o déficit do governo e combater a disseminação de informações falsas nas mídias sociais, que impacta negativamente as transações de Pix em todo o território nacional.

 

Eliminar a fonte de apoio da oposição.

Lula informou seus colaboradores que buscava uma maneira de desmascarar as inverdades e diminuir as forças da oposição.

Os ministros foram ao encontro com Lula insatisfeitos com a ampla repercussão de um vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). A filmagem acumulou mais de 100 milhões de visualizações no Instagram e insinua que um aumento na fiscalização das transações poderia, no futuro, implicar na tributação das movimentações realizadas por meio do Pix.

O governo de Lula irá acompanhar suas despesas. E o Pix não será tributado, mas é importante lembrar… Compras da China não eram para ter taxas, mas tiveram. Havia a promessa de sigilo, mas isso não aconteceu. Você deveria ficar isento do Imposto de Renda, mas isso não se concretizou. O Pix não será taxado, mas não seria surpreendente se isso mudasse. Os trabalhadores serão os mais impactados por essa decisão, sendo vigiados como se fossem grandes evasores fiscais afirma Nikolas no vídeo.

Sob a liderança de Lula, os ministros concordaram que era necessário estabelecer uma regulamentação que protegesse o Pix, de modo a garantir que a gratuidade desse tipo de transação não seja questionada pela sociedade.

O argumento central para a revogação foi que, na ausência de uma retratação, a oposição persistiria em fomentar um ambiente de desconfiança em relação ao Pix. Além disso, havia a preocupação em conter a alta incidência de fraudes e crimes que afetam a economia popular, gerados pela falta de informação adequada. (Foto: Ministério da Fazenda)

Com informação de O Globo e UOL

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