PM de SP mata adolescente de 16 anos após dar coronhada no irmão dela

A Polícia Militar de São Paulo faz mais um vítima inocente, no rastro de violência  que gera na capital do Estado.

A jovem Victoria Manuely, de apenas 16 anos, perdeu a vida em uma ação policial ocorrida na madrugada de sexta-feira (10). De acordo com informações da Polícia Civil, momentos antes de atirar, o policial militar agrediu o irmão da garota com a coronha da arma.

O delegado Victor Sáfadi Maricato registrou no relatório policial que, após ouvir as testemunhas e examinar as gravações da câmera instalada no corpo do policial militar, “existem sinais evidentes e contundentes” de que o tiro que ceifou a vida da jovem partiu da arma do sargento Thiago Guerra quando ele golpeou a cabeça de Kauê com a pistola.

O delegado que deteve o policial e apreendeu sua arma declarou que desferir coronhadas durante as abordagens não é condizente com as diretrizes das polícias brasileiras” e que quem age dessa forma se expõe a consequências. O policial foi acusado de homicídio.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo anunciou que o policial militar se encontra detido e teve sua arma apreendida, afirmando que a instituição não tolera abusos ou condutas inadequadas.

O crime

Victoria e Kauê, ambos de 22 anos, estavam na companhia da mãe e de alguns amigos em frente a um bar localizado em Guaianases. Em determinado momento, um jovem passou correndo, tentando escapar da polícia. Kauê relatou que um dos policiais retornou e começou a questioná-los, tanto ele quanto a irmã.

Em um momento de fúria, o policial militar prendeu Kauê pela gola da blusa, mirou a arma em sua direção e desferiu um golpe com a coronha em sua cabeça. Nesse instante, a arma disparou e feriu Vitória.

O policial relatou que Kauê pôs a mão na cintura e atingiu sua mão com um tapa na tentativa de se afastar. Conforme o agente, a arma disparou acidentalmente e atingiu o ombro da jovem.

Vanessa Priscila dos Santos, mãe das crianças, declarou que Kauê negou qualquer ligação com o crime. “Eu escutei o disparo e vi minha filha sangrando muito“, relatou.

Foi horrível, a pior experiência da minha vida. Sangue jorrou e os policiais não prestaram ajuda, não atenderam minha filha. Implorei de todas as maneiras. Ajoelhei na frente de um dos policiais, pedindo socorro. Eles não fizeram nada. Pareciam mais preocupados em colocar meu filho na viatura“, relatou a mãe, tomada pelo desespero.

Victoria foi encaminhada ao Hospital Geral de Guaianases, mas infelizmente não sobreviveu aos ferimentos.

Versão da Secretaria de Segurança

A Secretaria de Segurança Pública expressou pesar pela morte da jovem e afirmou que “todas as condições do incidente estão sendo investigadas, e a apuração continua. O policial militar foi detido em flagrante e levado ao 50º DP, onde a ocorrência foi formalizada. A Polícia Civil está à procura de filmagens que possam elucidar os acontecimentos“.

A Polícia Militar não tolera abusos ou comportamentos inadequados, impondo sanções rigorosas aos que violam as normas institucionais. A arma do agente foi apreendida e as gravações das Câmeras Corporais estão sob avaliação. Um Inquérito Policial Militar será instaurado para apurar os acontecimentos, conclui a comunicação.

Com informação do G1.(Foto: Redes Sociais de Victoria Manuely)

 

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