Em dezembro de 2024, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, recebeu em seu gabinete uma comitiva de oito membros do Movimento Delegados pela Democracia (MDD). No encontro, os delegados prestaram reconhecimento ao juiz por sua “bravura” na proteção das instituições democráticas ao longo dos anos recentes.
Conforme informado por Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, Moraes fez declarações incisivas sobre os riscos que ameaçaram a democracia brasileira em 2022, sublinhando que diversas instituições ainda não perceberam completamente a seriedade da situação enfrentada pelo país.
Moraes frisou a “histeria coletiva” que afetou uma parcela da população, mencionando casos de apoiadores de Bolsonaro entoando o hino nacional em relação a pneus e crendo em informações enganosas, como os rumores de sua própria prisão. O juiz deu um alerta sobre a persistência de uma ameaça subjacente: “Dentro da polícia, do Ministério Público e do Judiciário, existem pessoas que ainda não compreenderam as experiências que vivenciamos. E o risco de isso voltar a acontecer“, declarou.
Ao longo do diálogo, Moraes enfatizou a importância de ponderar sobre a função das instituições em contextos autoritários. Ele destacou que “a polícia, em um regime de opressão, deixa de ser uma força de segurança e se torna a ferramenta do ditador. O Ministério Público e o Judiciário, em situações de ditadura, carecem totalmente de independência e autonomia. São, na verdade, os instrumentos legais do autoritarismo.“.
As afirmações de Moraes foram feitas pouco antes da detenção do general Walter Braga Netto, que é acusado de tentar atrapalhar as investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado e de participar de esquemas para bloquear a posse do presidente Lula (PT). Braga Netto, que foi um dos principais colaboradores do governo Jair Bolsonaro (PL), se tornou o primeiro general de quatro estrelas a ser preso no Brasil desde o período de redemocratização. (Foto: Reprodução Internet)
