Elon Musk apoia partido neonazista na Alemanha

O partido neonazista Alternativa para a Alemanha (AfD) já tem um grande cabo eleitoral para as eleições de 23 de fevereiro. Trata-se do bilionário sul-africano Elon Musk, que publicou artigo defendendo os princípios da AfD no jornal Welt am Sonntag, no domingo, 29 de dezembro.

Em 22 de dezembro, Musk já havia publicado em sua conta da Rede X um comentário com o título “Só a AfD pode salvar a Alemanha”. Ele referia-se ao atropelamento em massa no mercado de Magdeburg, que matou cinco e feriu cerca de 200 pessoas. O motorista é um imigrante da Somália.

No artigo no Welt, o bilionário vai mais longe e declara seu apoio à AfD, afirmando que os princípios do partido refletem “os princípios que fizeram o sucesso da Tesla e da SpaceX”, empresas que pertencem à sua holding. Os princípios da AfD elogiados por Musk são “reduzir regulamentações excessivas, diminuir impostos e desregular o mercado”, como deixa claro em seu artigo.

 

“Direito” de investidor

A AfD é acusada de abrigar neonazistas, além de ter vários diretórios regionais classificados como “extremistas de direita” pelos serviços de inteligência alemães, que monitoram de perto as atividades dos filiados ao partido. A política da AfD é classificada como anti-muçulmana e anti-imigração.

O bilionário afirma que a Alemanha estaria à beira do “colapso econômico e cultural” e que, por ser um “investidor importante” no país, ele tem o direito de expressar a sua posição política .

Em 2022, Musk inaugurou uma fábrica da Tesla no estado alemão de Brandemburgo, perto de Berlim. A construção foi marcada por polêmicas. A obra foi iniciada antes mesmo da autorização do licenciamento ambiental.

 

Publicação provoca polêmica

“A Alemanha se acomoda na mediocridade. É hora de mudanças ousadas e a AfD é o único partido que abre esse caminho”, defende Musk.

A publicação do artigo de Musk gerou indignação entre os jornalistas do grupo editorial. A chefe da seção de opinião dos jornais Welt e Welt am Sonntag , Eva Marie Kogel, afirmou que o comentário não é aceitável e pediu demissão devido à publicação.

No entanto, o editor-chefe do grupo Welt, Ulf Poschardt, e seu sucessor, Burgard, defenderam a publicação do artigo. “Democracia e jornalismo vivem de liberdade de opinião”, afirmaram, acrescentando que isso inclui o confronto de posições polarizadoras e classificá-las jornalisticamente, declararam à agência de notícias alemã dpa.

 

Com Trump e Bolsonaro

Musk foi nomeado por Donald Trump para o departamento de Eficiência Governamental, que visa reduzir o tamanho do governo federal dos EUA. Durante a campanha, o bilionário promovia sorteios de cheques de 1 milhão de dólares nos comícios de Trump.

Elon Musk também se envolveu em disputas políticas no Brasil, com duras críticas ao Supremo Tribunal Federal. A polêmica ocorreu porque o ministro Alexandre de Moares ordenou o bloqueio das contas de políticos e influenciadores bolsonaristas, que insistiam em difundir informações falsas sobre o processo que apura a tentativa de golpe de extrema-direita, em 8 de janeiro de 2023.

O empresário não cumpriu a determinação judicial, sob alegação de que a decisão seria autoritária e feria a liberdade de expressão. Moraes decidiu interromper as atividades da Rede X, até que a companhia nomeasse um representante legal no país, como é exigido de qualquer empresa estrangeira. (Foto: AF)

Por Henrique Acker (correspondente internacional)

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Fontes:

 

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