COP enfrenta impasse, diz Marina Silva

Na noite de encerramento da cúpula climática, a ministra Marina Silva afirmou que a COP29 enfrentava um impasse, destacando a urgência do tema financiamento climático.

A ministra mencionou acordos sobre mercados de carbono, mas enfocou questões pendentes estratégicas e essenciais.

Criticou a falta de “liderança central” e ressaltou a postura proativa do Brasil em busca de uma transição justa.

“Infelizmente, estamos agora em uma situação de impasse”, afirmou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, em uma coletiva de imprensa neste sábado (23) durante a COP29, em Baku.

“Nós estamos aqui diante de uma situação que ainda se constitui em um processo de impasse, e eu digo em processo de impasse porque pode ser resolvido e até o último minuto”, disse Marina.

Alguns acordos foram alcançados, incluindo em mercados de carbono e adaptação. Mas “ainda existem questões que restam e são essenciais e estratégias”, disse ela, incluindo esforços para promover uma transição justa, o balanço geral e a questão central da COP29: o financiamento climático.

“Somente ontem é que tivemos acesso a um texto, somente a partir de ontem que começamos a ter acesso a um valor em relação a essa questão do financiamento e ainda temos algumas questões que precisam ser aqui agregadas, uma delas é de ter levado esse debate para discutir outros assuntos. Não que esses outros assuntos não sejam importantes e relevantes, mas quando nós temos uma emergência e nós estamos focados na emergência, essa emergência em relação à questão de implementação é termos os recursos necessários, sobretudo pensando nos países vulneráveis. Então temos que focar naquilo que é essencial, e não naquilo que, por mais importante que seja, seja um deslocamento para outros assuntos”, disse a ministra.

“Ainda temos questões que precisam ser devidamente tratadas”, ressaltou.

Embora os negociadores tenham desviado o foco para outros temas, “precisamos nos concentrar no que é essencial nesta COP e não em outros tópicos”, disse ela.

Um obstáculo crucial na cúpula, afirmou Marina, tem sido a falta de uma “liderança central”, embora tenha acrescentado: “Não estou dizendo que isso foi apenas um problema da presidência.”

A ministra falou sobre a COP30, em Belém, e disse que para a próxima reunião “nós temos que estar alinhados com NDCs (sigla em inglês para Contribuição Nacionalmente Determinada) que sejam robustas, para podermos dar conta daquilo que, como eu já disse, é um dos maiores desafios da humanidade”. Marina também reforçou a necessidade de um melhor alinhamento entre os países “depois da experiência dolorosa que estamos aqui”.  (Foto: Reuters)

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