O presidente Argentina, Javier Milei, desembarca no Rio de Janeiro na próxima segunda (18) para participar da cúpula de líderes do G20 com um trunfo: ter sido o primeiro chefe de Estado recebido pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
De acordo com informação da jornalista Jussara Soares, a postura do Brasil, contudo, deve ser de tratar o líder portenho sem diferenciação dos demais líderes e evitar dar espaço para o argentino.
A expectativa, diz Jussara, “é que Milei dificulte ainda mais a construção de consensos em temas prioritários para a atual edição do fórum, como mudanças climáticas, transição energética e taxação de super-ricos”.
Durante as reuniões preparatórias, a diplomacia argentina se opôs, por exemplo, contra políticas de igualdade de gênero defendidas pelo Brasil.
A Argentina retirou sua delegação da COP29, que acontece no Azerbaijão, por ordem do Ministério das Relações Exteriores. O governo de Milei já tinha manifestado contra agendas que incluem negociações ambientais.
“Em reservado”, diz Jussara, ” há o receio que Milei tente usar o G20 como palco para suas bandeiras ultraliberais. A postura do governo brasileiro, porém, deve ser a de evitar repercutir declarações do argentino e assim ampliar suas posições”.
Na tentativa de driblar o entrave argentina, diplomatas nas reuniões preparatórias se esforçam neste momento para manobrar a linguagem de maneira a agregar o vizinho e abrir caminho a um texto de consenso.
O encontro de Milei com Donald Trump ocorreu nesta quinta-feira (14), na Flórida, em um evento em Mar-a-Lago, resort do presidente eleito.
O líder argentino, em discurso em espanhol, disse que “o vento da liberdade está soprando primeiro com a eleição de um libertário na Argentina e agora com a eleição de Donald Trump, que ao sobreviver de um atentado viveu um milagre”. (Foto: Reprodução)