Cantor morreu aos 86 anos após sofrer uma queda em casa, onde vivia com a mulher, acamada há quatro anos devido à doença Alzheimer; Secretaria de Saúde apura caso
Morto na última segunda-feira (4), o cantor Agnaldo Rayol, 86 anos, esperou 40 minutos pelo resgate do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o SAMU, após sofrer uma queda em casa. Familiares alegam que o tempo para chegar ao endereço do artista, no bairro de Santana, em São Paulo (SP), foi crucial para o desfecho do seu quadro. Segundo relato deles, o cantor acordou durante a madrugada para ir ao banheiro em casa e escorregou no chão, onde bateu a cabeça e sofreu um corte na região do crânio. O cantor vivia com a mulher Maria Gomes — que está acamada há quatro anos, desde que foi diagnosticada com Alzheimer — e, por isso, tinha também a companhia frequente de uma cuidadora em casa. Na ocasião, ele foi ajudado por ela, que telefonou para Vanessa, filha de Agnaldo, e que mora no mesmo prédio. Foi, então, que o serviço do SAMU foi acionado.
A informação foi relatada ao jornal O Globo pela assessoria de imprensa do carioca. Em casos graves, como este, a média do tempo de atendimento deve ser de 20 minutos, seguindo as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde baseadas em padrões internacionais. A assessoria de imprensa do artista esclareceu ainda que Agnaldo Rayol chegou “lúcido e consciente” ao Hospital HSanp, também no bairro de Santana, para onde foi levado. No local, ele realizou exames, que indicaram um traumatismo craniano. Após apresentar piora no quadro de saúde, o artista precisou ser entubado. Ele não resistiu.
A assessoria de imprensa de Agnaldo Rayol reforça que, apesar da demora do veículo do SAMU, o atendimento dos socorristas — pelo telefone e tanto na ambulância quanto no hospital — foi primoroso. Questionada sobre o tempo de atendimento, a Secretaria municipal da Saúde frisa, por meio de nota, que está apurando “os detalhes do atendimento prestado pelo SAMU em relação ao caso citado”.
O velório do cantor Agnaldo Rayol aconteceu na manhã desta terça-feira (5) na sede da Assembleia Legislativa de São Paulo. A cerimônia, aberta ao público, aconteceu entre 8h e 13h30 — amigos de longa data do artista, como os apresentadores Faustão e Raul Gil, enviaram coroas de flores ao local. Maria Gomes, esposa de Agnaldo, não pôde comparecer devido aos cuidados com o Alzheimer. O enterro ocorreu no Cemitério Gethsêmani, no Morumbi, no fim da tarde.
(Foto: Reprodução/Instagram)