Segundo o ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), a legenda precisa melhorar o diálogo com quem ganha entre dois e 10 salários mínimos
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, fez um balanço das eleições municipais ao lado da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, logo após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na manhã desta segunda-feira (28), com quem fez uma análise sobre a disputa eleitoral e discutiu as prioridades do governo para a volta das atividades no Congresso Nacional. Padilha mencionou um “tsunami” de reeleições, com uma taxa recorde de 82%, destacando que a reeleição foi a grande vencedora do pleito. Ele mencionou o caso de Ricardo Nunes (MDB), reeleito em São Paulo, como exemplo de candidatos que aproveitaram o bom momento econômico e o apoio federal.
O ministro reconheceu que, apesar de avanços desde 2020, o PT ainda não saiu da “zona de rebaixamento” em que se encontra desde 2016 nas disputas municipais. O ministro também ressaltou a necessidade de uma autoavaliação do PT para recuperar protagonismo, especialmente em grandes e médias cidades, e destacou a importância de o partido reconectar-se com a classe trabalhadora, notando que muitos trabalhadores entre dois e dez salários mínimos não se sentem representados pela legenda.
“Enquanto filiado ao PT, deputado federal pelo PT, tenho certeza absoluta que o PT vai, tem que fazer, uma avaliação profunda desse debate das eleições municipais”, disse Padilha aos jornalistas na porta do Palácio da Alvorada. Ele também minimizou o impacto da disputa nas eleições de 2026. “Se tivesse (impacto), o presidente Lula nunca teria sido eleito, nem o PT teria sido o partido que, desde 1989, ganha ou vai para o segundo turno em todas as eleições presidenciais. O PT é o campeão nacional das eleições presidenciais mas, na minha avaliação, ainda não saiu do ‘Z4’ em que entrou em 2016”, emendou o ministro, em referência aos quatro últimos colocados no Campeonato Brasileiro.
Padilha mencionou que o próprio presidente Lula tem defendido essa aproximação com a classe trabalhadora, e a Executiva Nacional do PT deve iniciar esse debate para avaliar os resultados das eleições e definir estratégias de fortalecimento.
(Foto: Sérgio Lima/Poder360)