Espanha vai investigar Luiz Henrique devido a esquema de apostas

Procedimento foi iniciado com base em informações repassadas pelo Ministério Público de Goiás às autoridades espanholas

 

O atacante Luiz Henrique, hoje no Botafogo, está sendo investigado pelo Ministério Público da Espanha. De acordo com notícia revelada pelo jornal Folha de São Paulo, o jogador pode estar envolvido numa “organização criminosa dedicada à manipulação de resultados nas apostas desportivas”. O Ministério da Justiça do país informou a instauração do procedimento em ofício enviado ao Ministério Público de Goiás (MP-GO). Foi o MP-GO que, em 2023, encaminhou às autoridades espanholas informações sobre uma suposta ligação entre Luiz Henrique e o empresário Bruno Lopez de Moura. Este é apontado como chefe de uma quadrilha de manipulação de jogos. Suas atividades motivaram a criação da Operação Penalidade Máxima, responsável por denunciar 14 jogadores de futebol e apostadores.

No ofício, o Ministério da Justiça afirma que as informações encaminhadas motivaram a abertura da investigação sobre Luiz Henrique. As suspeitas do envolvimento do brasileiro, contudo, já haviam vindo a público no ano passado. Uma investigação da Sportsradar, empresa que monitora movimentações suspeitas, apontou um volume incomum de apostas em cartões amarelos recebidos pelo atacante e por Lucas Paquetá. Na ocasião, o atacante jogava no Betis, da Espanha. Já o meia defendia o West Ham, da Inglaterra, ao qual segue ligado.

Apesar das suspeitas, nem a La Liga e nem a Federação Espanhola de Futebol abriram uma investigação sobre o caso envolvendo Luiz Henrique. Pouco aproveitado no Betis e com dificuldade de adaptação na Espanha, ele se transferiu para o Botafogo em janeiro. Hoje, é um dos principais jogadores do clube carioca. Suas atuações o levaram para a seleção brasileira. Nem o estafe de Luiz Henrique e nem o Botafogo se posicionaram ainda sobre o caso.

Bruno Lopez, também conhecido como BL, comandava o esquema ao lado de sua esposa Camila Silva da Motta. Através da empresa BC Sports Management, que administra carreiras no futebol, eles realizavam transferências bancárias aos atletas participantes do esquema. Ele nega ter sido o chefe da quadrilha. Segundo revelou a investigação da Penalidade Máxima, Bruno combinava resultados com os jogadores e fazia apostas em sites especializados para ganhar o máximo de dinheiro possível. Entre as jogadas combinadas, estavam o cometimento de pênaltis e faltas que resultassem em cartões. A quadrilha atuou em partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022 e de campeonatos estaduais de 2023.

Na Justiça Desportiva, 22 jogadores foram penalizados. Mas apenas cinco foram banidos do futebol. São os casos de Diego Porfírio, Gabriel Tota, Matheus Gomes, Romário e Ygor Catatau, atletas que tiveram uma participação mais ativa no esquema (intermediaram contatos com apostadores e receberam valores mais elevados).

(Foto: GettyImages)

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