ONU confirma presença na cúpula do BRICS

Henrique Acker (correspondente internacional) – A programação oficial da Cúpula do BRICS teve alguns pontos altos já no primeiro dia do evento, na cidade de Kazan, na Rússia. A ONU confirmou a presença de António Guterres, que deverá ter um encontro com Vladimir Putin, presidente do país que preside o bloco até o final deste ano.

O presidente russo, por sua vez, aproveitou para realizar reuniões bilaterais com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, o presidente da África do Sul Cyril Ramaphosa, o presidente chinês Xi Jinping e o presidente do Egito Abdel Fattah El-Sisi.

 

Ucrânia questiona presença da ONU

Em resposta à reação negativa do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia sobre a presença de António Guterres em Kazan, o porta-voz adjunto do secretário-geral da ONU, Farhan Haq, afirmou que se trata de “uma prática padrão” do chefe da ONU: participar de cúpulas de grandes organizações, como o Grupo dos Sete e o Grupo dos Vinte.

Farhan Haq observou ainda que os países do BRICS “representam cerca de metade da população mundial” e que a Cúpula do BRICS tem “grande importância para o trabalho das Nações Unidas”.

Embora os conflitos da Ucrânia e do Oriente Médio não estejam na pauta oficial do encontro, “espera-se que, durante as negociações em Kazan, além das atividades da ONU, sejam discutidas questões urgentes na agenda internacional, incluindo a crise no Oriente Médio e a situação em torno da Ucrânia”, afirmou o governo russo em comunicado.

 

(Foto: Instagram/Dilma Rousseff)

 

Crédito para o Sul Global

Recebida por Putin, a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS, Dilma Rousseff, afirmou que o NBD está comprometido com o financiamento de projetos em moedas nacionais.

“Os países do Sul Global precisam urgentemente de financiamento no momento, enquanto as condições para obtê-lo são bastante difíceis”, disse Rousseff. O NBD é um dos principais pontos de alavancagem de crédito para os países membros e parceiros do BRICS.

Ao ser questionado por jornalistas se a guerra da Ucrânia seria debatida no encontro do BRICS, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, negou que o tema esteja na pauta oficial do evento.

Vieira disse que os chefes e representantes de estados vão discutir os temas de interesse comum a todos os membros e convidados e uma possível ampliação do bloco, não com novos membros permanentes, mas como membros associados.

O chanceler brasileiro negou aos jornalistas que a Venezuela vá ser incorporada ao BRICS a partir de Kazan, mas admitiu que “todos os países candidatos têm chance”.

 

Países parceiros

Sobre a possibilidade de integrar novos países ao BRICS, o assessor presidencial russo Yury Ushakov deixou claro que o objetivo dessa reunião de cúpula é criar uma categoria de países parceiros.

“Seria ilógico admitir tantos países de uma vez, porque não seria mais uma associação, mas sim uma estrutura amorfa, que não conseguiria funcionar”, disse Ushakov em entrevista ao Canal Um da TV russa.

O assessor de Putin lembrou que o encontro do BRICS terá como debate de fundo a importância do Sul Global e que também será dada atenção especial à situação do Oriente Médio, dada a urgência do assunto e sua consequência para muitos dos parceiros. (Foto: Michele Spatari/AFP)

 

Por Henrique Acker (correspondente internacional)

 

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Fontes:

Agencia Tass

Agencia Xinhua

 

Agência Brasil

 

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