Coisas da Política – João Salame

SANTARÉM

Instituto Doxa publicou pesquisa realizada em Santarém entre os dias 14 e 19 de outubro. O levantamento indica uma virada em relação à posição que os dois candidatos terminaram no primeiro turno. O vereador JK do Povão (foto acima)  (PL) aparece com 57,0% dos votos válidos na disputa pelo segundo turno, com Zé Maria Tapajós (MDB) registrando 43%. Foram entrevistados 500 eleitores. A margem de erro é de 3,5%. A pesquisa foi registrada no T.R.E. sob o número PA-07814/2024.

 

EMPATE

Instituto Veritá Pesquisa, de Minas Gerais, realizou pesquisa em Santarém entre os dias 12 e 17 de outubro, portanto, antes da visita do ex-presidente Bolsonaro ao município. Segundo o levantamento, José Maria Tapajós tem 50,8% das intenções de voto válidos. JK do Povão tem 49,2%. A margem de erro da pesquisa é de 3,5%. Segundo a Veritá, o número de indecisos chega a 2,1% e os que pretendem votar em branco ou nulo são 4,9%. A pesquisa foi registrada no T.R.E. sob o número PA-09348/2024.

 

RECORD

Já a pesquisa encomendada pela TV Record, realizada pelo Instituto Real Time Big Data, entre os dias 18 e 19 de outubro, indica que, se as eleições ocorressem hoje, José Maria Tapajós (MDB) teria 52% dos votos válidos, contra 44% do vereador JK do Povão (PL). Brancos e nulos somam 2%. Foram entrevistados mil eleitores. A margem de erro é de 3% e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número 06076.

 

SINTOMA

As três pesquisas divulgadas até agora em Santarém indicam um cenário preocupante para as forças governistas. A exemplo de Marabá, quando Helder Barbalho percebeu que fazia água a candidatura do deputado Chamonzinho (MDB) e desceu no município para anunciar uma grande desapropriação de um bairro da cidade, tentando ajudá-lo, o filme se repetiu em solo santareno. HB chegou ao município para anunciar com pompa a desapropriação de uma enorme área para a implantação de um Distrito Industrial.

 

RISCO

Além da desapropriação, anunciada semana passada, Helder Barbalho também entregou centenas de cestas básicas a comunidades carentes, acompanhado dos principais cabos eleitorais de José Maria Tapajós, entre eles o prefeito Nélio Aguiar (MDB) e o deputado federal Henderson Pinto (MDB), que estava devidamente adesivado com a foto do candidato emedebista. Políticos experientes, não correriam o risco de lhes serem imputados um processo por crime eleitoral se a situação estivesse sob controle.

 

CINTURÃO

Caso se configure a derrota das forças governistas em Santarém, o governador Helder Barbalho terá perdido a batalha eleitoral em 4 dos 5 maiores colégios eleitorais do Estado: Ananindeua, Santarém, Parauapebas e Marabá. Juntos, esses municípios respondem por aproximadamente 16% do eleitorado paraense. Se a derrota também acontecer em Belém, o que parece pouco provável pela quase unanimidade das pesquisas, seria uma catástrofe, pois a capital responde por 17% dos eleitores do Estado.

 

MINIMIZANDO

Nas mídias sociais, articulistas e blogueiros com trânsito junto ao governo, têm feito uma ginástica imensa para dizer que HB não foi derrotado em Parauapebas e Castanhal. Vamos aos fatos. Em Parauapebas, ainda que o governo tenha iniciado um diálogo com o eleito Aurélio Goiano (Avante), ele cometeria um suicídio político ao entrar no barco governista. Sobretudo por seu perfil radicalmente bolsonarista, que é o mesmo de sua base eleitoral. Sem falar que Aurélio mantém diálogo estreito com as principais lideranças oposicionistas do Estado.

 

 

CASTANHAL

No caso de Castanhal, a ideia de que HB não foi derrotado tem lógica. Desde quando perdeu por poucos votos a eleição de 2014, Helder Barbalho tem o prefeito Paulo Titan (MDB) atravessado. Naquele ano, Titan também era prefeito e HB perdeu por grande diferença no município para Simão Jatene (PSDB). Nos corredores palacianos, a torcida era por Hélio Leite (União Brasil) – foto acima -, que acabou vitorioso. Comenta-se até na hipótese do novo prefeito se filiar ao MDB.

 

TRANSPARÊNCIA

Ministério Público Federal e o MP Estadual estão exigindo do Governo do Estado medidas de transparência a respeito da alardeada venda de créditos de carbono, no valor de cerca de 1 bilhão de reais, anunciada recentemente pelo governador Helder Barbalho. Os órgãos avaliam que os verdadeiros guardiões da floresta, que são os povos indígenas e comunidades tradicionais, não foram devidamente consultados a respeito da iniciativa, segundo reza a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (PIT).

 

EXIGÊNCIAS

O Ministério Público entende que o Governo tem a obrigação de realizar a Consulta Prévia, Livre e Informada antes de implementar qualquer projeto. Entre as medidas elencadas pelo MP estão: divulgação pública de documentos; realização de audiências e consultas públicas; cumprimento da Consulta Prévia e clarificação das áreas envolvidas. Enquanto isso, lideranças de comunidades indígenas e de povos originários começam a se mobilizar para exigir participação ativa nesse processo.

 

HABILIDOSO

Prefeito eleito de Marabá, Toni Cunha (PL) fez uma visita à Câmara Municipal de Marabá, onde proferiu um discurso pra lá de cauteloso e com tons agregadores, muito diferente da postura agressiva que adotou durante o processo eleitoral. Chegou a dizer que precisará da direita e da esquerda para governar, relembrando inclusive seu passado no partido Rede Sustentabilidade.

 

ANÚNCIO

Toni Cunha anunciou os primeiros nomes de sua equipe de governo. O vice-prefeito eleito, João Tatagiba, será secretário de Indústria e Comércio. Denner Eudes Favacho da Rocha, coronel da reserva da Polícia Militar, será o secretário de Segurança Institucional. Âmina Handan, servidora pública, será a secretária de Gestão Fazendária. O médico Nagilson Amoury assumirá a direção do Hospital Municipal. E o médico Fábio Farias será o diretor do Hospital Materno Infantil.

 

 

PASSADO

Filho de tradicional família de Marabá, Nagilson Amoury (foto acima)  foi vice-prefeito na gestão Maurino Magalhães, quando ocupou a secretaria de saúde. À época, uma Operação da Polícia Federal chefiada por Toni Cunha, prendeu Nagilson, sob acusação de formação de quadrilha e fraudes à Lei de Licitações. Posteriormente comprovou-se a inocência do médico. Quinze anos depois do episódio, Toni o nomeia para comandar o Hospital Municipal. Já o coronel Favacho era assessor de confiança da equipe da governadora Ana Júlia Carepa. Considerado um policial sério e rigoroso.

 

EMPRÉSTIMO

Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária e a de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Pará aprovaram, semana passada, nova operação de crédito para o Governo do Pará, no valor de R$ 483,1 milhões, com aval da União. A destinação é a pavimentação da rodovia Liberdade, que ligará Belém a Marituba, na altura da Alça Viária. Os deputados coronel Neil, Toni Cunha e Rogério Barra, todos do PL, votaram contra.

 

CHACINA

Comissão Pastoral da Terra, MST, Sociedade Paraense de Direitos Humanos (SPPDH), Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura Familiar (Fetraf), Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura (Fetagri) e Instituto José Cláudio e Maria (IZM), divulgaram manifesto semana passada condenando duramente o assassinato de dois trabalhadores rurais na fazenda Mutamba, pela Polícia Civil. As entidades acusam a Polícia e a Vara Agrária do Fórum de Marabá de estarem a serviço do latifúndio e exigem providências do Governo do Estado.

 

BALANÇO

Doxa publicou balanço de seu trabalho no primeiro turno das eleições. O Instituto afirma ter realizado 479 pesquisas em mais de 100 municípios. Além do Pará, Doxa trabalhou nos estados do Maranhão, Amapá e Goiás. Segundo o relatório divulgado nas redes sociais, a margem de acerto dos levantamentos realizados foi de 76%. Registrado.

 

FRASE

Ditado popular: “Nada como um dia após o outro”.

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