A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), alertou nesta sexta-feira (11) para a gravidade das denúncias feitas pelo fundador da Skopos Investimentos, Pedro Cerize, após o dirigente afirmar que grandes empresários combinaram como vão interpretar os rumos da economia brasileira através do Boletim Focus, relatório semanal publicado pelo Banco Central brasileiro. No documento estão as expectativas do mercado financeiro para estatísticas econômicas como alta do PIB, câmbio, taxa de juros (Selic) e inflação (IPCA). As projeções são coletadas de mais de 100 instituições financeiras e são usadas como referência para análise e tomada de decisões econômicas.
“Gravíssima a nova denúncia de que o relatório Focus, do BC, é manipulado pelos agentes do mercado financeiro. Foi o próprio gestor de um desses fundos, Pedro Cerize, da Skopos, que apontou a fraude. É o mercado que manda no BC “autônomo”. É crime e tem de ser investigado”, escreveu a parlamentar no bluesky.
Durante o painel Cenário Brasil – Oportunidades e Riscos, no Convex Day 2024, no estado de São Paulo, Cerize disse nesta semana que o mercado financeiro forma grupos que se organizam para ‘ajustar’ Relatório Focus e influenciar as decisões do Banco Central”. “É tudo combinado”.
Ao longo desses dois primeiros anos do terceiro mandato do presidente Lula, aliados do governo vêm cobrando do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mais redução da taxa de juros, atualmente em 10,75%. Com a Selic mais baixa, o crédito fica mais barato, aumenta o poder de compras, e o crescimento da economia.
Nesta semana, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou o nome de Galípolo. Foram 26 votos favoráveis e nenhum contrário na CAE, que está sob relatoria de Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo na Casa. No plenário do Senado foram 66 votos favoráveis, cinco contrários e nenhuma abstenção.
O mandato de Campos Neto termina em 31 de dezembro deste ano. Ligado ao BC, o Comitê de Política Monetária Copom) é que anuncia as decisões sobre a taxa de juros. As próximas reuniões do Copom foram marcadas para acontecer nos dias 5 e 6 de novembro. (Foto: Reprodução)