Carlos Viana, em Belo Horizonte, Eduardo Girão, em Fortaleza, e Vanderlan Cardoso, em Goiânia receberam 1%, 1,06% e 6,57% dos votos válidos, respectivamente
Dos quatro senadores da República que participaram das eleições municipais de 2024, apenas um se elegeu neste domingo (6), e ainda não foi a prefeito. No grupo dos que se lançaram a candidado para o executivo municipal, Carlos Viana (Podemos) recebeu 1% dos votos válidos e amargou a sétima posição no pleito — o segundo turno será disputado entre Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD), atual prefeito.
Amparado pelo alto nível de conhecimento da população por duas décadas como apresentador de rádio e televisão — até se eleger senador, em 2018 — Viana chegou a ocupar a segunda posição nas pesquisas de intenção de voto, mas perdeu espaço inicialmente com a entrada de Tramonte, também conhecido pela trajetória na imprensa, na corrida, e depois pela reprodução da polarização nacional entre a dupla mais votada. Com pouco tempo de propaganda eleitoral e sem padrinhos políticos desde que rompeu com o grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador naufragou nas urnas.
Situação similar ocorreu com Eduardo Girão (Novo), em Fortaleza, que recebeu 1,06% dos votos válidos neste domingo — o segundo turno será disputado entre André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) —, mas nem sequer chegou a empolgar nas pesquisas prévias. Bolsonarista convicto, o senador não teve o apoio do ex-presidente, que está ao lado de Fernandes, nem a transferência de votos de seus apoiadores na capital cearense. Sem conseguir se aproximar de outras parcelas da população, chegou a ser retirado de um debate e viu a disputa se acirrar entre quatro candidatos fortes na cidade.
Em Goiânia, o senador Vanderlan Cardoso (PSD) recebeu 6,57% dos votos válidos e ficou na quinta posição na corrida pela prefeitura da capital goiana, que terá Fred Rodrigues (PL) e Sandro Mabel (União) na votação definitiva. Em sua terceira tentativa de administrar a cidade, o parlamentar avançou ao segundo turno em 2016 e 2020, mas acabou derrotado nas duas oportunidades.
A exceção foi Rodrigo Cunha (União Brasil), em Maceió. O senador foi eleito vice-prefeito na chapa de João Henrique Caldas (PL), reeleito com 83,25% dos votos válidos neste domingo. Integrante do grupo político do deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, Cunha entrou na chapa de JHC por meio de uma costura do parlamentar que levará Doutora Eudocia, mãe do prefeito e suplente do senador, a assumir sua cadeira no Senado Federal.
O vice ainda alimenta a expectativa de se tornar prefeito da capital em 2026, quando existe a possibilidade do mandatário renunciar ao cargo para disputar o governo de Alagoas como representante desse grupo.
Pela lei eleitoral, integrantes do Legislativo — caso dos senadores — não precisam renunciar ao cargo para participar de outras eleições, bastando tirar licenças pontuais durante a atuação na campanha. Com o fracasso nas urnas, Viana e Girão preservam, portanto, suas cadeiras no Parlamento até o final de 2026, quando seus mandatos terminam.
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