Caged: Brasil cria 232 mil postos de trabalho em agosto

Os cinco principais grupos de trabalho registraram saldo positivo no período. No acumulado do ano, foram abertas 1.790.541 vagas

 

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) anunciou nesta sexta-feira (27) que 232.513 vagas formais de emprego com carteira assinada foram criadas em agosto, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em julho, o número havia sido de 188 mil postos formais.

O resultado de agosto é a diferença de 2.231.410 admissões contra 1.998.897 demissões. No acumulado do ano, o resultado ficou positivo em 1,72 milhão de postos de trabalho, enquanto nos últimos 12 meses (de setembro de 2023 a agosto de 2024) o valor soma 1,79 milhão. O resultado de agosto veio 19,1% maior que no mesmo mês do ano passado, quando o saldo ficou positivo em 219 mil vagas com carteira assinada.

Os cinco principais grupos de trabalho registraram saldo positivo em agosto. A fila foi puxada com folga pelo setor de serviços, com 118.364 postos, seguido por indústria (+51.634) e comércio (+47.761). Construção e agropecuária fecham a lista, com a criação de 13.372 e 1.401, respectivamente.

Em agosto, o salário médio real de admissão ficou em R$ 2.156,86, uma redução de R$ 7,54 (0,3%) em relação a julho. Já na comparação com agosto do ano passado, o ganho real foi de R$ 37,47, registrando alta de 1,8%.

O ministro em exercício, Chico Macena, criticou o movimento de aumento de juros pelo Banco Central, que na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), aumentou a Selica para 10,75% ao ano.

“Apesar do BC, aquele povo ensimesmado que trabalha, na nossa opinião, numa perspectiva contrária ao crescimento do país, aumentando o custo da dívida pública, desincentivando o investimento na indústria e na economia”, disse ao comentar os dados de agosto.

“O emprego continua crescendo no país, a atividade econômica continua crescendo no país, nós continuaremos trabalhando, numa política de investimento em todos os setores, porque nós acreditamos que esse é um movimento virtuoso possível para levar a um melhor desenvolvimento e renda”, frisou.

Macena ainda afirmou que o governo está “sempre atento aos movimentos do BC” e, principalmente, com relação ao que falam os agentes de mercado, “que apontam o emprego o aumento da renda como um fator que pressiona o consumo e inflação e esquece outros fatores como o aumento dos juros que trazem impactos relevantes para a dívida pública e o cumprimento da meta fiscal”.

Dados do IBGE divulgados mais cedo mostram que a taxa de desemprego ficou em 6,6% no trimestre móvel encerrado em agosto. Essa foi a menor taxa para um trimestre encerrado em agosto na série histórica, iniciada em 2012. A população ocupada atingiu novo pico e chegou a 102,5 milhões, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

 

Resultados positivos

De acordo com o MTE, todas as 27 unidades de federação do país registraram saldos positivos em agosto. Após as cheias que atingiram o Rio Grande do Sul, o estado registrar resultados positivos pelo segundo mês consecutivo em agosto, com 10.413 vagas formais de trabalho criadas.

Segundo o secretário-executivo, Francisco Macena, a previsão do ministério é de que o crescimento no mercado formal de trabalho siga nos próximos meses, alcançando a marca de 2 milhões de postos gerados nos doze meses do ano.

“Acreditamos que nos próximos meses vamos continuar nessa curva crescente, e quiçá a gente fecha o ano, mesmo com a sazonalidade de dezembro, chegando bem próximo, senão batendo a marca de 2 milhões de novos trabalhadores formalizados”, declarou Macena.

 

Caged x Pnad

A metodologia utilizada para o cálculo do Caged considera apenas os trabalhadores com carteira assinada e não inclui os informais. Os dados do Caged são informados por empresas do setor privado, enquanto a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é feita por meio de uma pesquisa domiciliar, na qual também é contabilizada os trabalhadores informais.

Assim, não é possível comparar os dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego com os números de emprego que constam na Pnad.

 

(Foto: Reprodução/Agência Brasil)

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