Ex-coach Pablo Marçal está isolado em terceiro, com alta de dois pontos para cima após expulsão em debate e soco de assessor em marqueteiro adversário
A mais recente rodada de pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (26), mostra o prefeito Ricardo Nunes (MDB) tecnicamente empatado na liderança com Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo. O candidato à reeleição tem 27% das intenções de voto, contra 25% do deputado federal.
O ex-coach Pablo Marçal (PRTB) é escolhido por 21% e empata, no limite da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos, só com Boulos, sem alcançar Nunes neste momento. O atual prefeito manteve o mesmo percentual registrado há uma semana, enquanto Boulos variou um ponto para baixo, e Marçal, dois para cima.
No levantamento divulgado pela Quaest na terça-feira (24), os três apareciam em situação de empate técnico. A pesquisa do Datafolha foi feita de terça a quinta-feira e é a primeira a captar as reações dos eleitores ao último debate entre os candidatos, realizado na segunda-feira (23). O evento organizado pelo Grupo Flow terminou com Marçal expulso do programa e com um dos assessores do ex-coach indo parar na delegacia após agredir o marqueteiro de Nunes com um soco.
O segundo pelotão da corrida eleitoral é encabeçado numericamente por Tabata Amaral (PSB), que variou de 8% para 9% em sete dias. José Luiz Datena (PSDB) se manteve com os mesmos 6% das duas últimas semanas. Marina Helena, do Novo, tem 2%. Brancos e nulos somam 6% dos eleitores de São Paulo, e outros 3% dizem ainda não saber quem apoiarão.
O Datafolha entrevistou 1.610 eleitores entre 24 e 26 de setembro, contratado pelo jornal “Folha de S.Paulo”. A pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral sob o código SP-06090/2024.
Indecisos
A dez dias da eleição, cerca de um terço (32%) dos paulistanos afirmam que suas escolhas podem mudar. A taxa geral é exatamente a mesma verificada entre os eleitores de Nunes, enquanto 28% dos apoiadores de Marçal admitem que ainda podem mudar de ideia. Os eleitores de Boulos se declaram mais irredutíveis, com só 21% declarando ser possível trocar de opção até a hora do voto.
A hesitação é mais comum entre os eleitores de Tabata (47%) e Datena (56%), o que dá a esses grupos o potencial de desequilibrar a balança para o lado de um dos três nomes que hoje aparecem mais bem colocados na disputa por um lugar no segundo turno.
Rejeição
Apesar da oscilação positiva neste levantamento, a estagnação geral de Marçal reforça a indicação de que sua postura agressiva não tem ajudado a atrair novos eleitores, embora mostre também fidelidade daqueles que aderiram ao ex-coach. Marçal havia estacionado na sondagem feita após a cadeirada desferida por Datena, e agora segue praticamente no mesmo lugar em que estava antes de ter sido expulso de um debate por usar apelidos pejorativos contra Nunes.
Hoje são 48% os que dizem “não votar de jeito nenhum” no candidato do PRTB, taxa que era de 47% na semana passada e que já fazia de Marçal o candidato mais rejeitado na eleição paulistana. Boulos (38% de rejeição) e Nunes (21%) se mantiveram com os mesmos percentuais de sete dias atrás. O fato de a rejeição a Nunes ser menos aguda que a manifestada pelos eleitores aos seus principais adversários ajuda a explicar os resultados das simulações de segundo turno. O prefeito venceria hoje Boulos e Marçal em confrontos diretos, enquanto o psolista superaria o ex-coach.
O candidato à reeleição vem se segurando em meio à escalada dos ataques de seus adversários e é quem mais se beneficia das derrapadas do ex-coach, com quem disputa o eleitorado de direita. Já a campanha de Boulos ainda não viu o candidato do PSol extrair tudo o que pode de sua relação com o presidente Lula (PT). São 48% dos eleitores que votaram em Lula no segundo turno de 2022 os que declaram apoio ao psolista para a prefeitura, taxa que não se moveu em duas semanas. Num cenário de disputa entre Boulos e Nunes no segundo turno, cerca de um terço dos lulistas (30%) preferem o prefeito ao deputado federal.
Segundo turno
O candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), derrotaria tanto Guilherme Boulos (PSol) quanto Pablo Marçal (PRTB) em um eventual segundo turno, segundo a pesquisa Datafolha. A margem de vantagem do prefeito em relação ao influenciador seria maior (57% a 26%) do que em confronto com o deputado (52% a 36%). Boulos também seria capaz de vencer Marçal em caso de disputa entre eles, por 47% a 38%.
(Foto: Redes Sociais/Reprodução)