Novo levantamento indica consolidação de cenário de equilíbrio em São Paulo
De acordo com a nova pesquisa Quaest publicada na tarde desta terça-feira (24), Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSol) e Pablo Marçal (PRTB) continuam tecnicamente empatados. A nova rodada da pesquisa quase não mostra alterações nos percentuais de intenção de voto em relação ao último levantamento, divulgado em 18 de setembro.
Somente Nunes demonstrou alguma oscilação, saindo de 24% para 25%. Boulos se manteve em 23% e Marçal, em 20%. A pesquisa anterior, realizada entre 15 e 17 de setembro, havia sido a primeira após a mostrar a influência da cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) contra Marçal, durante o debate da TV Cultura no dia 15 de setembro. Considerando a margem de erro, estimada em três pontos percentuais para mais ou menos, o trio está tecnicamente empatado.
Tabata Amaral (PSB) saiu de 7% para 8%, o apresentador José Luiz Datena (PSDB) caiu de 10% para 6%, e Marina Helena (Novo) estacionou em 2%. Os candidatos Bebeto Haddad (DC), João Pimenta (PCO), Ricardo Senese (UP) e Altino Prazeres (PSTU) não pontuaram. Os entrevistados indecisos se mantiveram em 7% e o índice daqueles que votarão branco, nulo ou que não votarão subiu de 7% para 9%.
Nas simulações de segundo turno, Nunes permanece com vantagem para os adversários que hoje disputam a liderança com ele, enquanto Boulos e Marçal empatam, com vantagem numérica para o deputado federal. As respostas foram colhidas pela Quaest de sábado a segunda-feira e não captam reações dos eleitores ao último debate entre os candidatos, realizado ontem à noite e que acabou marcado pela expulsão de Marçal e pela agressão desferida por um de seus assessores ao marqueteiro de Nunes.
No evento anterior, realizado na sexta-feira pelo SBT, o ex-coach havia indicado que trocaria sua postura agressiva e com provocações aos adversários por um tom mais moderado, alertado pela escalada de sua rejeição indicada pelas pesquisas de opinião pública.
Metade do eleitorado paulistano (50%) hoje diz que conhece Marçal e não votaria no candidato do PRTB, taxa que na semana passada era de 45%. A rejeição ao ex-coach equivale à de Boulos (50%), segundo a Quaest, e ambos superam Ricardo Nunes (39%) nesse quesito. O candidato a quem mais pessoas negam o voto é Datena, que atingiu 68% de rejeição (taxa que era de 62% na semana passada).
Nome apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que rivaliza com Marçal numa espécie de “prévias da direita”, como escreveu o sociólogo Antonio Lavareda, o prefeito Ricardo Nunes redobrou nos últimos dias os acenos ao público evangélico, grupo também cortejado pelo ex-coach. Nesse segmento, que corresponde a cerca de um quarto dos paulistanos aptos a votar, há hoje equilíbrio entre Nunes e Marçal, mas com indicações favoráveis ao prefeito. O emedebista passou de 30% para 33% das escolhas dos evangélicos, enquanto Marçal variou na direção oposta, de 29% para 25%.
O emedebista tem sido alvo dos principais ataques de Guilherme Boulos, que encontra no prefeito um concorrente pelo voto daqueles que ajudaram a eleger o presidente Lula (PT), seu apoiador, em 2022. O psolista vinha apresentando desempenho melhor junto aos mais ricos e mais instruídos do que em meio à parcela mais pobre da população, grupo que historicamente é mais atraído por Lula.
Na última semana, Boulos teve variação positiva entre o grupo que ganha até três salários mínimos por mês, passando de 19% para 22% das escolhas. Nesse estrato do eleitorado, há empate do psolista com Nunes (25%) e Marçal (17%). Para tentar ampliar sua votação na periferia, Boulos contará com a vinda do presidente à capital paulista para fazer caminhadas ao seu lado em bairros pobres das zonas Sul e Leste no próximo sábado.
A Quaest entrevistou presencialmente 1.200 eleitores de 16 anos ou mais entre 21 e 23 de setembro. A pesquisa foi contratada pela TV Globo e está registrada na Justiça Eleitoral sob o número SP-06330/2024.
(Foto: Fabio Tito/g1)
