O ministro de Minas e Energia afirmou nesta segunda-feira (16) que deve tratar do tema com a Casa Civil. A medida seria necessária diante da severa escassez hídrica, que vem reduzindo os reservatórios das hidrelétricas
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta segunda-feira (16) que deve propor à Casa Civil o retorno do horário de verão no país. A previsão é que o novo horário possa regressar em até 30 dias se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) der o aval. A declaração foi durante uma entrevista à Rádio Itatiaia, em Minas Gerais.
“Vamos avaliar o contexto e é muito provável que a gente proponha o horário de verão ao governo como uma decisão final”, disse na entrevista.
“O horário de verão passa a ser uma realidade muito premente. Com essa escassez hídrica, no momento de pico, entre 18h e 20h, quando perdemos a energia solar e diminui a eólica, precisamos despachar a térmica”, explicou.
A medida seria necessária diante da severa escassez hídrica, que vem reduzindo os reservatórios das hidrelétricas, e da queda da geração solar e eólica entre 18h e 20h, segundo o ministro. “É o momento em que a gente deixa de gerar a solar, diminui a eólica, que são as energias intermitentes, e nós precisamos despachar térmicas”, disse.
O assunto já havia sido discutido por Silveira na semana passada, quando o governo divulgou que a medida é uma das alternativas na mesa para evitar um racionamento de energia. Nas duas ocasiões, o ministro também afirmou que o horário de verão tem impacto positivo na economia, pois “aquece” o turismo e o movimento de bares e restaurantes.
“O efeito do horário de verão não é só de segurança energética, até porque não temos risco de uma crise energética, mas temos que aumentar a segurança e a resiliência do sistema, para garantir energia para todos os brasileiros e temos também que planejar 2026”, enfatizou.
Silveira tem reunião extraordinária, nesta terça-feira (17), com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para retomar a discussão sobre as medidas que vão fazer frente à seca e o impacto nos reservatórios.
“Vamos avaliar o contexto, e é muito provável que a gente proponha o horário de verão ao governo para uma decisão final”, explicou Silveira. “Tudo leva a crer que há uma necessidade, para não deixar a conta de energia subir.”
O horário de verão foi criado pela 1ª vez, em 1931, no governo de Getúlio Vargas. Foi interrompido no ano seguinte e só passou a ser adotado de forma permanente em 1985, na gestão José Sarney.
Está suspenso desde 2019 por decisão do governo de Jair Bolsonaro (PL). Trata-se de um mecanismo marcado por controvérsias, tanto na opinião popular como na de especialistas sobre sua eficácia em auxiliar o sistema elétrico.
(Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)