Quaest: Boulos, Marçal e Nunes tecnicamente empatados em SP

O candidato do PSol subiu três pontos percentuais e lidera numericamente o levantamento. Marçal cresceu sete pontos e Nunes perdeu dois

 

A nova pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (28) mostra um empate técnico entre Guilherme Boulos (PSol), Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB) na liderança da disputa pela prefeitura de São Paulo. Guilherme Boulos aparece na primeira posição, com 22% das intenções de voto. Pablo Marçal, com 19% e Ricardo Nunes, com 19% aparecem logo em seguida. Como a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, há empate triplo.

O resultado do levantamento, contratado pela TV Globo e realizado entre domingo e terça-feira, corrobora o avanço de Marçal na corrida eleitoral paulistana que havia sido apontado também na semana passada pelo Datafolha. O ex-coach tinha 12% das menções na sondagem anterior da Quaest, realizada no fim de julho, no cenário com todos os candidatos, e 13% em um cenário sem o deputado Kim Kataguiri (União Brasil) e outros candidatos de partidos nanicos. Já Nunes marcava 20% (21% no cenário sem Kim), enquanto Boulos registrou 19% naquela sondagem.

O apresentador José Luiz Datena (PSDB), que também tinha 19% das menções em julho, agora passou para 12%. A deputada federal Tabata Amaral (PSB) passou de 5% para 8%, enquanto Marina Helena (Novo) se manteve com 3%. Bebeto Haddad (DC) marcou 2%, enquanto João Pimenta (PCO), Ricardo Senese (UP) e Altino Prazeres (PSTU) não pontuaram. São 7% os eleitores que declaram a intenção de votar em branco ou nulo (contra 9% da pesquisa anterior), e outros 8% se declaram indecisos — o mesmo percentual de julho.

A Quaest entrevistou presencialmente 1.200 eleitores de São Paulo entre 25 e 27 de agosto. A margem de erro máxima é de três pontos percentuais para mais ou menos, para um nível de confiança de 95%. Contratada pela TV Globo, a pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral sob o número SP-08379/2024.

 

Análise 

Os resultados da nova pesquisa mostram que os ajustes feitos pelas campanhas, em especial a de Nunes, em reação às primeiras indicações de que Marçal estava em ascensão não frearam o avanço do ex-coach junto ao eleitorado mais à direita. Em junho, Marçal era escolhido por 24% dos eleitores que dizem ter votado no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno de 2022, percentual que agora passou para 39%. Já Nunes, que é oficialmente apoiado pelo ex-mandatário, oscilou de 36% da preferência desse grupo para 33%.

O ex-presidente e seus filhos saíram em socorro ao candidato à reeleição nos últimos dias na tentativa de impedir que Marçal se aproprie de parte do eleitorado bolsonarista que Nunes pretende atrair. Em sabatina da GloboNews, o prefeito disse que o eleitor saberá associá-lo a Bolsonaro conforme o ex-chefe do Executivo comece a aparecer em seu programa eleitoral no rádio e na TV.

Já Boulos, que recalibrou seu discurso para incluir críticas a Marçal e defender que o ex-coach e Nunes são “duas faces da mesma moeda”, avaliou que os resultados indicam que há o desejo por “mudança” na cidade. Candidato que mais recuou em relação a julho, Datena teve também como notícia negativa o avanço à rejeição ao seu nome: passou de 48% para 56% o percentual dos que afirmam que “conhecem e não votariam” no tucano, que até o momento não conseguiu dar tração à sua campanha. Nesta quarta-feira, o apresentador manifestou irritação com seus aliados pela falta de apoiadores em uma visita a um mercado municipal na Zona Oeste.

Datena é o candidato com maior rejeição na corrida eleitoral paulistana. O tucano é seguido por Boulos (cuja rejeição passou de 40% para 45% desde julho), Nunes (de 36% para 39%), e Marçal (de 30% para 35%).

 

Cenários para o 2º turno

O levantamento também testou diferentes cenários de segundo turno, e Nunes ganha com folga em todos os cenários que o incluem. Em um eventual confronto entre Boulos e Marçal, os dois empatariam com 38% das intenções de voto cada um. Nesse cenário, o ex-coach herdaria 48% dos eleitores de Nunes no primeiro turno, enquanto Boulos atrairia 20% desse contingente.

Já se o segundo turno for entre Nunes e Boulos, o atual prefeito aparece com 46%, e o psolista com 33%. O atual prefeito puxaria para si 59% dos votos de Marçal, 44% dos eleitores de Datena, e 48% dos apoiadores de Tabata. Boulos, por sua vez, herdaria o apoio de 9%, 27% e 38% desses estratos, respectivamente.

Também foi testado um cenário de Nunes contra Marçal, e nesse teste o emedebista ganharia com folga, com 47% das intenções de voto ante 26% de Marçal. Outro embate analisado pela pesquisa opõe Datena e Boulos. Neste caso, o apresentador soma 40% das intenções de voto e o deputado federal aparece com 34% — trata-se, portanto, de um empate técnico no limite da margem de erro. Já quando a disputa testa Nunes contra Datena, o primeiro aparece com 45%, e o segundo, com 31%.

 

Confira todos os cenários testados:

 

Cenário 1

Guilherme Boulos: 38%

Pablo Marçal: 38%

Indecisos: 5%

Branco/nulo/não vai votar: 19%

 

Cenário 2

Ricardo Nunes: 46%

Guilherme Boulos: 33%

Indecisos: 4%

Branco/nulo/não vai votar: 17%

 

Cenário 3

Ricardo Nunes: 47%

Pablo Marçal: 26%

Indecisos: 6%

Branco/nulo/não vai votar: 21%

 

Cenário 4

Datena: 40%

Guilherme Boulos: 34%

Indecisos: 3%

Branco/nulo/não vai votar: 23%

 

Cenário 5

Ricardo Nunes: 45%

Datena: 31%

Indecisos: 4%

Branco/nulo/não vai votar: 20%

 

Cenário 6

Datena: 40%

Pablo Marçal: 34%

Indecisos: 4%

Branco/nulo/não vai votar: 22%

 

(Foto: Renato Pizzutto/Band)

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