A meta de alcançar uma corrente de comércio de 1 trilhão de dólares deve ser alcançada no fim de 2027, projeta a diretora de Negócios da Agência de Promoção e Exportação do Brasil (ApexBrasil), Ana Paula Repezza, em entrevista exclusiva à EXAME. Esse resultado, afirma ela, depende do desempenho da economia global. O crescimento do mundo pode impulsionar as importações e exportações brasileiras e uma recessão pode adiar o atingimento desse objetivo. Apesar disso, a diretora da ApexBrasil mostra confiança e diz que o governo brasileiro tem trabalhado para alcançar esse valor.
“O que faz um país ter uma corrente de comércio rica, tanto em termos de valor, como em termos de qualidade da pauta de exportação? Diversificação de mercados e destinos, diversificação de produtos e de setores exportados, além de diversificação de origem, nos estados brasileiros, de onde saem as exportações. Só vamos atingir 1 trilhão de dólares se a gente mirar nessas três frentes”, diz Ana Paula.
Exportações brasileiras ultrapassam US$ 208,3 bi neste ano
Em 2023, a corrente de comércio do Brasil totalizou 580,4 bilhões de dólares, dos quais 339,7 bilhões de dólares corresponderam as exportações e 240,7 bilhões de dólares, as importações, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. No primeiro semestre de 2024, a soma das vendas para outros países e compra de outras nações totalizou 346,8 bilhões de dólares.
Dados do Ministério da Agricultura e Pecuária mostram que de janeiro de 2023 a junho de 2024, o Brasil alcançou um total de 150 mercados em 52 países. Nos seis primeiros meses de 2024, soja, petróleo, minério de ferro, açucares e melaços, além de combustíveis derivados de petróleo, foram os produtos brasileiros mais vendidos para o mundo.
“Não tem nenhum problema o Brasil ser um fortíssimo exportador de comodities. Muito pelo contrário. Nós precisamos derrubar esse mito e reconhecer que existem economias fortes, como Canadá e Austrália, que são grandes exportadores de commodities. E nem por isso existe essa preocupação de que esses países só exportam commodities. Esses países também têm outros itens na pauta [de exportação]. Nós temos o desafio de manter a competividade natural das commodities, mas precisamos desenvolver outros setores exportadores”, afirma. (Foto: ApexBrasi / Divulgação)