Boulos aparece com 23%. Marçal teve o maior crescimento em relação à pesquisa anterior: saltou de 14% para 21%. Nunes oscilou negativamente de 23% para 19%. José Luiz Datena (PSDB) e Tabata Amaral (PSB) aparecem distantes dos três primeiros
A primeira pesquisa do Datafolha para prefeito de São Paulo, após registro oficial das candidaturas e início da campanha eleitoral, traz o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) na frente com 23%, seguido pelo ex-coach Pablo Marçal (PRTB) com 21%, e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) com 19%, empatados tecnicamente. A margem de erro estimada para a pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou menos.
O candidato do PSol cresceu um ponto percentual em relação ao início de agosto, mas a variação ocorreu dentro da margem de erro da pesquisa, o que significa estabilidade. Marçal saltou de 14% para 21% nesse período, e com Nunes, que oscilou negativamente de 23% para 19%.
O trio é seguido à distância por José Luiz Datena (PSDB), com 10% (quatro a menos que no início do mês); Tabata Amaral (PSB), com 8%; e Marina Helena (Novo), que tem 4%. Também considerando a margem de erro, os três estão no momento tecnicamente empatados.
Os candidatos João Pimenta (PCO) e Beto Haddad (DC) somaram 1% das intenções de voto cada um. Ricardo Senese (UP) e Altino (PSTU) não pontuaram. O percentual de eleitores que declaram a intenção de votar em branco ou nulo passou de 11% para 8% em duas semanas, enquanto os indecisos, aqueles que dizem “não saber” quem apoiarão em outubro, variaram de 3% para 4%.
A pesquisa Datafolha foi realizada presencialmente com 1.204 pessoas com mais de 16 anos em São Paulo, entre 20 e 21 de agosto, e foi registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo SP-08344/2024. O nível de confiança é de 95% — o que significa que a cada 100 pesquisas em 95 o resultado vai se repetir, segundo o instituto.
Perfil
Os dados do Datafolha indicam que o crescimento de Marçal se deu especialmente em cima de fatias do eleitorado que há duas semanas declaravam preferência por Nunes ou Datena. O candidato do PRTB, que disputa espaço com o atual prefeito na direita, era escolhido por 29% dos eleitores que dizem ter votado em Jair Bolsonaro (PL) em 2022, e agora aparece com 44% das menções no grupo — Marçal se tornou líder entre os bolsonaristas, embora o ex-presidente oficialmente apoie a candidatura de Nunes na cidade. O candidato à reeleição oscilou de 38% para 30% das intenções de voto nesse segmento.
Marçal também se destaca na escolha do eleitorado masculino (tem 28% das menções nesse grupo) e dos evangélicos (30%). Em ambos os núcleos, que desde 2018 têm se mostrado simpáticos ao bolsonarismo, o candidato do PRTB supera numericamente as taxas de Nunes (de 18% e 22%, respectivamente).
Entre os mais pobres, que ganham até dois salários mínimos por mês, Nunes e Datena variaram para baixo, enquanto Marçal e Boulos se movimentaram no sentido oposto. O candidato do PRTB passou de 11% para 18% das intenções de voto nesse grupo, que representa cerca de um terço dos paulistanos aptos a votar.
Boulos tinha 14% das menções e agora aparece também com 18%. Nunes liderava com 24% das escolhas dos mais pobres, e agora soma os mesmos 18% de seus adversários. Já Datena passou de 18% das menções desse núcleo para 15%.
Rejeição
O Datafolha revela que, se de um lado a alta exposição do empresário rendeu a ele o maior crescimento em intenções de voto, por outro Marçal também viu sua rejeição variar para cima, passando de 30% para 34% em duas semanas. O empresário empata nesse quesito com Boulos (que foi de 35% para 37%) e Datena (que oscilou de 31% para 32%). São 25% os que dizem não votar de jeito nenhum em Nunes, taxa que era de 24% no levantamento anterior.
Marçal tem buscado atrair a fatia do eleitorado mais à direita na cidade, aproveitando que Bolsonaro atua à distância no apoio a Nunes até aqui. O atual prefeito é pressionado por aliados do ex-mandatário a reagir às ofensivas de Marçal, mas tem apostado até o momento na estratégia de destacar feitos de sua gestão e mirar sua artilharia especialmente para Boulos.
Não bastasse o avanço de Marçal, Nunes também viu a avaliação de sua gestão ter oscilação negativa. Os que aprovam o trabalho do prefeito passaram de 26% para 25%, enquanto os que reprovam a atuação de Nunes variaram de 22% para 25%. Outros 48% classificam a gestão do emedebista como “regular”, ante 47% do levantamento anterior.
Segundo turno
Na única simulação de segundo turno feita pelo Datafolha, Nunes teve 47% das intenções de voto, contra 38% de Boulos — outros 13% disseram preferir votar em branco ou nulo. Na sondagem anterior, o placar havia sido de 49% a 38% a favor do emedebista.
(Foto: Reprodução/Instagram/Band)