Henrique Acker (correspondente internacional) – Condenado por crimes de guerra, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu visitou os EUA, fez discurso no Congresso e foi aplaudido de pé pela maioria dos parlamentares da situação e da oposição. A seguir, encontrou-se com o Presidente dos EUA e seguiu para se avistar com os dois candidatos à Casa Branca, a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump.
Aliado de republicanos, da maioria dos democratas e apoiado pelo lobbie sionista nos EUA, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi alvo de protestos nas ruas por manifestantes que o denunciaram como líder do massacre de mais de 39 mil palestinos em Gaza. Em resposta, declarou que os seus acusadores não passam de “idiotas úteis do Irã”.
No encontro com o Presidente Joe Biden, Netanyahu agradeceu os mais de 50 anos de apoio dos EUA ao Estado de Israel. Segundo os jornalistas que acompanharam o início da conversa entre os dois, o primeiro-ministro de Israel referiu-se a Biden como um “orgulhoso sionista irlandês-americano”.
Mais armas e munições
Quem imaginou que Netanyahu iria aos EUA negociar um acordo de paz para preservar e libertar os reféns israelenses ainda em mãos do Hamas, enganou-se. O primeiro-ministro de Israel foi atrás de mais armas e munição para seguir com a matança de palestinos.
Para convencer os congressistas e comover a opinião pública, Netanyahu afirmou em seu discurso que o que se passa em Gaza é uma guerra por procuração do Irã contra os Estados Unidos. Para ele, Israel está defendendo a América. Portanto, a guerra de Israel é a guerra dos estadunidenses, e sua vitória será a vitória deles. Ou seja, as armas de Israel são as armas dos EUA. Foi um recado claro ao governo Biden para entregar mais armas ao exército de Israel.
Parte da bancada de parlamentares do Partido Democrata boicotou a sessão do Congresso, preferindo manifestar-se do lado de fora do parlamento. A congressista democrata de origem palestiniana Rashida Tlaib mostrou um leque com a frase “criminoso de guerra”.
Com Kamala e Trump
O primeiro-ministro israelense ouviu de Kamala Harris, virtual candidata democrata à Presidência dos EUA, que “está na hora desta guerra terminar, com todos os reféns israelenses libertados e o fim do sofrimento dos palestinos em Gaza”. Harris disse a Netanyahu que é preciso selar um acordo para por fim ao conflito, abrindo caminho para a coexistência entre dois estados (Palestina e Israel) como solução.
A vice-presidente dos EUA condenou o que classificou de “atos desprezíveis de manifestantes anti-patrióticos” que protestaram contra a presença de Netanyahu no Congresso.
No encontro com Donald Trump, Netanyahu ouviu do ex-presidente e candidato republicano que “Se ganharmos, será muito simples. Tudo se vai resolver e muito rapidamente… Se não vencermos, poderemos enfrentar grandes guerras no Oriente Médio e talvez uma Terceira Guerra Mundial”, afirmou Trump.
Tribunal pediu mandado de prisão
Benjamin Netanyahu foi condenado em maio deste ano pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra. No entanto, nem os EUA e nem Israel são signatários do Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional.
Netanyahu foi acusado pelo TPI de causar “intencional e sistematicamente” a fome de civis como método de guerra, causar intencionalmente “grande sofrimento ou ferimentos graves” e, ainda, de “homicídio voluntário”.
O mandado de prisão contra o líder israelense pode ser expedido a qualquer momento. Apesar disso, os republicanos o aplaudem entusiasticamente e os democratas fazem juras de apoio a Israel, mesmo com algumas ressalvas.
Por Henrique Acker (correspondente internacional)
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Fontes:
SIC Notícias (Portugal): AQUI e AQUI