CGU investiga sumiço de documentos do Ministério do Meio Ambiente na gestão Bolsonaro

Pasta removeu do ar documentos públicos acumulados ao longo de quase 30 anos, incluindo um estudo de 2015 que previa fortes chuvas na região Sul. Se houver indícios da participação de servidores, a Corregedoria-Geral da União também pode atuar no caso

 

A Controladoria-Geral da União (CGU) iniciou nesta sexta-feira (26) uma investigação sobre o desaparecimento de milhares de documentos do Ministério do Meio Ambiente que foram retirados do ar no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o jornalista Guilherme Amado em sua coluna no Metrópoles, a pasta removeu do ar documentos públicos acumulados ao longo de quase 30 anos, incluindo um estudo de 2015 que previa fortes chuvas na região Sul e outras tragédias climáticas.

A Secretaria Nacional de Acesso à Informação (SNAI) tomou conhecimento do fato e encaminhou o caso internamente. A Secretaria Federal de Controle (SFC) instaurou o processo e vai apurar o caso. Se houver indícios da participação de servidores, a Corregedoria-Geral da União também pode atuar no caso.

O Ministério do Meio Ambiente confirmou que diversos arquivos “ficaram extraviados” entre 2019 e 2022, durante o mandato de Bolsonaro, quando o site da pasta foi transferido de endereço, conseguindo recuperar o material “recentemente”. No entanto, servidores indicam que ainda há arquivos não recuperados.

A apuração preliminar da CGU, primeira etapa de uma investigação, foi solicitada pela Secretaria Nacional de Acesso à Informação e é conduzida pela Secretaria Federal de Controle. A Corregedoria será acionada caso haja indícios da participação de servidores na irregularidade. “A CGU trabalha de forma integrada para que a transparência seja a regra e o sigilo a exceção”, declarou a pasta.

O caso também está sendo analisado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Na última terça-feira (23), o Ministério Público de Contas solicitou ao TCU que investigue o apagão dos documentos públicos. O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado classificou a ação como um “flagrante atentado ao interesse público” e afirmou que os documentos foram suprimidos “inexplicavelmente”.

(Foto: Marcos Corrêa)

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