Henrique Acker (correspondente internacional) – Representantes de 14 grupos políticos palestinos divulgaram a Declaração de Pequim sobre o fim da divisão e o fortalecimento da unidade Palestina. Eles participaram do Diálogo de Reconciliação Interna das Facções Palestinas, realizado de 21 a 23 de julho, na China. O evento encerrou com a presença de representantes do Egito, Argélia, Arábia Saudita, Qatar, Jordânia, Síria, Líbano, Rússia e Turquia.
Todos os presentes reconheceram que a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) é o único representante legítimo do povo palestino. O destaque do encontro foi o consenso sobre a governação de Gaza no pós-guerra e a formação de um governo provisório de reconciliação nacional. O apelo mais forte é pela formação de um Estado independente, de acordo com as resoluções das Nações Unidas.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, apresentou três passos que julga serem o caminho para a paz: 1) Promover um cessar-fogo abrangente, duradouro e sustentável na Faixa de Gaza o mais rápido possível e garantir a assistência humanitária e o acesso a esta assistência; 2) Defender o princípio de “os palestinos governando a Palestina” e trabalhar juntos para promover a governança pós-guerra em Gaza; 3) Tornar a Palestina um membro pleno das Nações Unidas e começar a implementar a solução de dois Estados (Palestina e Israel).
O governo israelense expressou sua condenação ao acordo. “Em vez de rejeitar o terrorismo, Mahmud Abbas abraça os assassinos e violadores do Hamas, e mostra assim a sua verdadeira face”, escreveu no X o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz.
Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou o acordo, que considerou “um passo importante para fortalecer a unidade palestina”, disse o seu porta-voz Stéphane Dujarric.
Apesar de promover o encontro e Wang Yi declarar que seu país não nutre qualquer interesse próprio em relação à questão palestina, a China tem procurado exercer um papel de mediador no conflito de Gaza, que também conta com a rivalidade entre Hamas e Fatah. No ano passado, os chineses conseguiram uma aproximação surpreendente entre Arábia Saudita e Irã, duas grandes potências rivais no Oriente Médio. (Foto: Reprodução)
Por Henrique Acker (correspondente internacional)
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Fontes:
Agencia palestina de notícias Wafa