Isaquias Queiroz e Raquel Kochhann foram escolhidos pelo COB para representar a delegação brasileira no desfile pelo rio Sena na cerimônia de abertura. Anúncio foi feito na noite desta segunda-feira (22)
Isaquias Queiroz e Raquel Kochhann serão os porta-bandeiras do Brasil na cerimônia de abertura da Olimpíada de Paris. A divulgação ocorreu na noite desta segunda-feira (22). A dupla foi escolhida pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) e estará no barco verde-amarelo que vai carregar 60 atletas no rio Sena nesta sexta-feira (26), a partir das 14h30 (de Brasília).
Se de um lado, o canoísta acumula quatro medalhas olímpicas – sendo uma de ouro, duas de prata e uma de bronze, inclusive, é o único atleta brasileiro a conquistar três medalhas em uma única edição de Olimpíada – de outro, a capitã da seleção feminina de rugby sevens carrega consigo uma história recente de superação no esporte.
Aos 31 anos, Raquel encarou um ciclo olímpico dos mais complicados. Isso porque nos Jogos de Tóquio, ela detectou um caroço na mama, que, seis meses depois, dobrou de tamanho. Foi então que a brasileira recebeu a notícia de que estava câncer, inclusive, em metástase no osso do esterno.
A atleta ficou praticamente dois anos afastada dos gramados, mas não parou de treinar durante o tratamento. Em 2023, ela retornou às competições e, agora, vai disputar a sua terceira Olimpíada, depois da Rio-2016 e de Tóquio-2020. Desta vez, no entanto, com a missão de carregar a bandeira brasileira na cerimônia de abertura.
Ao lado de Raquel estará Isaquias, que em Paris pode se tornar maior medalhista olímpico brasileiro caso chegue à soma de seis medalhas em três Olimpíadas, ultrapassando, assim, as cinco dos velejadores Torben Grael e Robert Scheidt.
“Fico muito feliz de poder representar minha Bahia, meu Nordeste, o Brasil inteiro. Vai ser uma cerimônia incrível. Principalmente por poder representar minha modalidade, ainda tímida no Brasil. Botar nossas garrinhas para fora. Com certeza, depois de Paris, o pessoal vai ter mais conhecimento sobre essa grande modalidade. É uma experiência incrível poder representar o seu país. Eu tive a oportunidade no Rio de fazer o fechamento. Mas agora, ser o porta-bandeira na abertura, vai ser uma coisa muita especial”, disse Isaquias.
Em entrevista à TV Globo, Paulo Wanderley Teixeira, presidente do COB, explicou o motivo de ter escolhido os dois nomes para serem os porta-bandeiras. ”São dois atletas que representam qualidade, excelência e os valores olímpicos. O Isaquias Queiroz é um multimedalhista olímpico, com três medalhas em uma mesma edição dos Jogos, único atleta assim, e além disso ainda tem uma medalha de ouro, em 2021, e poderá agora bater mais um recorde e ser o maior medalhista do Brasil de todos os tempos”, começou por afirmar o dirigente.
”A Raquel é um símbolo total de superação. Passou por um processo muito sério, muito grave, de um câncer de mama, se afastou, se recuperou, treinou e está novamente na seleção, como capitã. Então estamos muito bem representados pelo olimpismo”, completou Paulo Wanderley.
Agora, os dois vão se juntar a juntar a Bruninho, do vôlei, e Ketleyn Quadros, do judô, como as duplas que tiveram a honra máxima do evento que marca o início dos Jogos Olímpicos. A cerimônia de abertura de Paris-2024 será a primeira da história dos Jogos Olímpicos fora de um estádio.
(Foto: Getty Images | ESPN)