‘Abin paralela’: PF vai pedir quebra de sigilo de Carlos Bolsonaro por suspeita de evasão de divisas

Investigadores descobriram uma carta do vereador a um banco norte-americano em que solicita um cheque oriundo de uma conta supostamente não declarada

 

A Polícia Federal (PF) vai pedir a quebra do sigilo fiscal de Carlos Bolsonaro para verificar se ele manteve uma conta bancária nos Estados Unidos. O foco dos investigadores é verificar se a conta atribuída ao vereador era declarada por ele, já que a não declaração de contas no Exterior pode configurar crime de evasão de divisas. A informação é da jornalista Bela Megale, em sua coluna desta terça-feira (16) no jornal O Globo.

Os dados sobre a existência da conta estão no inquérito que investiga monitoramentos ilegais de autoridades pela ‘Abin Paralela’. O documento traz uma carta escrita por Carlos Bolsonaro, em inglês, à instituição financeira Truist Bank, na Flórida. Na carta de 11 de dezembro de 2023, Carlos pede ajuda para receber um cheque emitido pelo banco quando sua conta foi encerrada, no mês de setembro, e agradece “pelo ótimo atendimento e toda atenção que recebeu quando era cliente”.

“Destaca-se, por oportuno, em razão da pertinência temporal das ações realizadas no mês de dezembro de 2022 em especial o fato de o então Presidente da República — JAIR BOLSONARO – estar nos EUA, nos termos da IPJ Nº 2557670/2024, o Sr. CARLOS BOLSONARO em 11/12/2023 redigiu carta endereçada ao TRUIST Bank, na Flórida, Estados Unidos da América, informando que estava tendo dificuldades para receber o cheque emitido pelo banco. Nesta carta, o investigado solicita que o cheque seja encaminhado para determinado endereço em Washington DC”, diz a PF no relatório.

No Brasil, o crime de evasão de divisas está previsto no artigo 22 da Lei nº 7.492, de 16 de junho de 1986, que trata dos crimes contra o sistema financeiro nacional. A pena para este crime é reclusão de 2 a 6 anos e multa.

(Foto: Sérgio Lima/Poder360)

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