O presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL), prometeu que vai indicar uma parlamentar de Centro para ser relatora do projeto de lei que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao homicídio simples.
Integrantes da bancada evangélica e da base governista já foram comunicados sobre a decisão. Ainda não há uma definição de quem será escolhido para a relatoria. A ideia, segundo interlocutores do presidente da Casa, é entregar um texto mais equilibrado. Com isso, Lira tenta também escapar da pressão política de oposição e governistas.
Inicialmente, chegou a ser ventilado o nome da deputada Christiane Tonietto (PL-RJ) para a relatoria. Porém, a própria bancada evangélica concordou em ter uma parlamentar de um partido de Centro.
“Entendo que será mais estratégico ser uma mulher de partido do Centro”, disse o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), autor do PL do Aborto e um dos nomes mais influentes da bancada evangélica.
Integrantes de partidos do esquerda avaliam que uma parlamentar de um partido de Centro é o mínimo necessário para propor mudanças no texto.
“A Secretaria da Mulher (da Câmara) solicitou que sejam realizados estudos e seminários (sobre o PL). E líderes solicitaram modificações no texto”, disse a deputada Maria do Rosário (PT-RS).
Nessa quarta-feira (12), o plenário da Câmara, em votação simbólica e relâmpago, aprovou a urgência para o projeto de lei sobre o assunto. A urgência tira a necessidade de o texto passar pelas comissões temáticas antes de ser apreciado no plenário. Portanto, dá agilidade à análise do projeto.
Em outro acordo, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), prometeu a governistas e partido do Centro a não pautar o PL do Aborto neste semestre. Um dos pedidos feitos é que o mérito do PL do Aborto fique para depois das eleições municipais.
Um dos motivos é tirar o aspecto eleitoral do debate e ganhar tempo para mobilizar o tema na sociedade para ir esvaziando a proposta e fazer mudanças no texto.
Por outro lado, a oposição se prepara para cobrar Lira pelo que considera uma das promessas de campanha à recondução à Câmara em 2023.
O autor do projeto, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que espera ver o texto votado em até duas semanas no plenário. Segundo ele, Lira se comprometeu a levar as chamadas pautas de costume à votação em aceno às bancadas conservadoras. (Foto: Reprodução)