CPI das apostas: Leila Pereira defende punição a jogadores e banimento de Textor do futebol brasileiro

Presidente do Palmeiras foi ouvida na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas do Senado nesta quarta-feira (5)

 

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, foi convidada para depor na tarde desta quarta-feira (4), na reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas no Senado. Após John Textor, do Botafogo, e Julio Casares, do São Paulo, ela é a terceira mandatária a prestar depoimento à Comissão no Senado. Convidada pelo presidente da CPI, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO), a mandatária respondeu a parlamentares, defendendo punições pesadas a pessoas envolvidas com casos de manipulação de resultados no futebol.

“Sem punição você não vai chegar a lugar absolutamente nenhum. A impunidade é a semente do próximo crime. Não adianta advertência, uma carta. Se você participar desses esquemas, você vai ser banido do futebol, eu não tenho dúvidas disso”, afirmou Leila Pereira no começo da audiência.

O motivo do convite feito pelo senador é para que a presidente fale sobre questionamentos deixados por John Textor, dono da SAF do Botafogo, sobre manipulação de resultados em partidas do do futebol brasileiro. Leila também defendeu o uso do VAR, pontuando que é necessário haver capacitação dos funcionários que manejam o aparato tecnológico.

“Acredito no VAR, mas acredito que existem erros e que as pessoas precisam ser capacitadas. Eu acredito que a CBF e o diretor de arbitragem estão trabalhando e muito para melhorar cada vez mais a nossa arbitragem. O VAR tem que continuar sim, mas precisamos capacitar cada vez mais as pessoas que manejam”, opinou.

A presidente do Palmeiras respondeu também a questionamento do Senador Carlos Portinho (PL-RJ), que questionava sobre possíveis ferramentas para evitar a manipulação no futebol. Ele defendeu a criação de ligas e cláusulas anti-corrupção para que os clubes assinem antes das competições.

“Eu não tenho a solução. Eu, como presidente do Palmeiras, não tenho solução. Aliás, estou aqui como uma vítima. Meu clube foi citado pelo John Textor como um clube que foi beneficiado por manipulação de jogos. Eu não tenho esse conhecimento. Ele não prova o que ele diz. Eu não concordo que o senhor disse que ‘ele não tem a responsabilidade de provar’. Eu não concordo. Quem alega, tem que provar. Se ele não tem como provar, ele não deveria ter falado para a imprensa. Deveria ter sentado com o presidente da CBF”, afirmou a mandatária do Palmeiras.

Na sequência, Leila defendeu o afastamento definitivo de John Textor do futebol brasileiro, caso ele não comprove as denúncias. “Se ele [John Textor] não comprovar absolutamente nada, porque até agora, objetivamente, eu não vi prova nenhuma. Eu desconheço. Eu não tenho dúvida nenhuma de que o John Textor deveria ser banido do futebol brasileiro. Com essas denúncias irresponsáveis e criminosas, ele não afeta apenas o Palmeiras, mas ele afeta a credibilidade desse grande produto que é o futebol brasileiro. Eu acho que as penas precisam ser duras e eficazes”, disse a dirigente, que ainda reforçou em seu depoimento que o Palmeiras está tomando as medidas cabíveis contra o mandatário do Botafogo.

“Nós entramos com pedido de inquérito policial, pedindo investigação para se apurar as denúncias que ele está fazendo. Se ele comprova, as pessoas precisam ser punidas. Mas se não comprova, quem precisa ser punido é o John Textor. Entramos com procedimento na esfera cível pedindo produção antecipada de provas, porque ele precisa provar o que está dizendo. Se não provar, nós vamos ingressar com uma ação pedindo indenização para ele. Na Justiça Desportiva está tramitando uma denúncia para que ele prove o que está dizendo”, contou Leila Pereira.

O empresário John Textor, sócio majoritário do Botafogo, fez denúncias de irregularidades no futebol brasileiro, envolvendo jogadores e árbitros. Em uma das denúncias, Textor afirmou que o Palmeiras foi beneficiado nas últimas duas temporadas, em que o clube conquistou o Campeonato Brasileiro duas vezes. Textor afirmou possuir gravações de árbitros reclamando do não recebimento de propinas prometidas e de ter havido manipulação de resultados nas edições de 2021, 2022 e 2023 do Brasileirão. Ele não apresentou provas das acusações.

(Foto: efferson Rudy/Agência Senado)

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