O imunizante desencadeou uma resposta imunitária após duas doses, mas ainda está em fase 1 de teste em humanos
Pesquisadores da Universidade Duke, nos Estados Unidos, comemoram o sucesso dos primeiros resultados de uma vacina experimental contra a Aids, ou vírus da imunodeficiência humana (HIV). A vacina contra a doença, segundo eles, desencadeou um tipo “indescritível e essencial” de anticorpos neutralizantes. A descoberta foi publicada nesta sexta-feira (17) na revista científica Cell e foi divulgada em reportagem do jornal O Globo.
De acordo com a reportagem, os achados, baseados em um ensaio clínico de fase 1 feito em humanos, mostram que a vacina não somente é capaz de produzir anticorpos eficientes mas também pode iniciar o processo dentro de semanas, desencadeando uma resposta imunitária essencial com apenas duas doses.
Vinte pessoas saudáveis e soronegativas para o HIV foram participantes no ensaio. Quinze participantes receberam duas das quatro doses planejadas da vacina experimental e cinco receberam três doses. Depois de apenas duas imunizações, a vacina apresentou uma taxa de resposta sérica de 95% e uma taxa de resposta de células T CD4 + no sangue de 100%, duas medidas principais que demonstraram a ativação imunológica.
Além disso, outras características observadas no imunizante se mostraram promissoras. Uma delas foi a maneiras como as células imunizadas cruciais permaneceram em um desenvolvimento que lhes permitiu continuar a adquirir mutações, para que pudessem evoluir juntamente com o vírus em constante mudança. Com duas aplicações a vacina apresentou uma taxa de resposta sérica de 95% e uma taxa de resposta de células T CD4 + no sangue de 100%, duas medidas principais que demonstraram a ativação imunológica.
Isso comprova que os anticorpos neutralizantes contra a Aids conseguem ser induzidos em humanos através da vacinação, de acordo com a equipe. No entanto, a equipe de pesquisa pretende criar uma resposta mais robusta, já que uma vacina contra o HIV com alta eficácia terá provavelmente pelo menos três componentes direcionados a regiões diferentes.
“Os nossos próximos passos são induzir anticorpos neutralizantes mais potentes contra outros locais do HIV para evitar a fuga do vírus. Ainda não chegámos lá, mas o caminho a seguir é agora muito mais claro”, explicou Barton F. Haynes, um dos autores e diretor do Duke Human Vaccine Institute (DHVI), em comunicado.
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