Confira o perfil de Magda Chambriard, nova presidente da Petrobras

Executiva foi diretora da ANP. Nomeação será submetida aos procedimentos internos de governança. Jean Paul Prates foi demitido do cargo na noite de terça-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva

 

A Petrobras confirmou na noite desta terça-feira (14) que Magda Chambriard foi indicada pelo governo para a presidência da companhia. Em comunicado aos investidores, a estatal informa que o Ministério de Minas e Energia indicou a executiva para exercer os cargos de presidente da companhia e também como membro do Conselho de Administração.

O comunicado diz que a indicação será submetida aos procedimentos internos de governança da Petrobras, que incluem a análise de conformidade e integridade com avaliação pelo Comitê de Pessoas e pelo Conselho de Administração. O texto enviado aos acionistas também traz um curriculum da nova indicada.

Ela foi diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) entre 2012 e 2016. Antes de ingressar na ANP, foi funcionária de carreira da Petrobras, onde trabalhou por 22 anos. Engenheira, atua como consultora na área de energia e petróleo. Magda começou a carreira na Petrobras, em 1980, na área de produção. Ela também é mestre em Engenharia Química pela COPPE/UFRJ.

Ela participou do grupo de transição na área de energia do governo Lula. Chegou a ser cotada para presidir a PPSA, mas recusou. Falava a interlocutores que não tinha interesse na posição, pois já tinha feito sua contribuição na área pelo lado do governo. Segundo seu perfil no Linkedin, Chambriard atua como diretora da Assessoria Fiscal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro desde abril de 2021. Ela também é sócia da empresa Chambriard Engenharia e Energia desde janeiro de 2018. Ela era ainda coordenadora de pesquisa de óleo e gás da FGV Energia.

Outros nomes foram especulados para o cargo na estatal, como do atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, quadro histórico do Partido dos Trabalhadores. Diretora de Assuntos Corporativos da Petrobras, Clarice Coppetti também foi citada como um possível nome, assim como Bruno Moretti secretário de Análise Governamental (SAG) da Casa Civil, ligado ao ministro Rui Costa.

Prates foi demitido do cargo após uma crise iniciada com a decisão do Conselho de Administração da estatal de não distribuir dividendos extras (parcela do lucro destinada aos acionistas) de R$ 43,9 bilhões. Prates defendia a destinação de metade desses recursos e, após a decisão do conselho, as ações da estatal tiveram forte queda na Bolsa.

Já Magda defende o avanço do mercado de gás no Brasil como forma de ampliar a industrialização tendo a Petrobras como uma espécie de “maestro” do setor, conforme já mencionou diversas vezes. Defende ainda a ampliação do refino. Em post no Linkedin, disse que “é preciso um olhar aprofundado sobre refino…Em que pese a transição energética, os desafios da sustentabilidade impõe ações em prol de preços acessíveis, e isso passa pelo refino. Como de costume, sabemos onde queremos chegar com a descarbonização. O desafio é construir a melhor ponte possível, levando em consideração os 30% da população brasileira abaixo da linha da pobreza. Vale a leitura sobre o papel do refino nessa equação”.

Ela criticou também a demora pelo início de exploração na Margem Equatorial, com a produção no pré-sal atingindo seu pico no fim da década. Na sua gestão na ANP, Magda conduziu a ampliação das ofertas de áreas em novas fronteiras, aumentando as áreas em estudo no Brasil para a produção de petróleo. É uma defensora ainda do papel social da Petrobras.

(Foto: Ruy Baron/Valor)

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