Autoridades governamentais debatem gargalos e desafios da COP 30 em Belém

Gestores discutiram na Comissão de Meio Ambiente do Senado ações concretas na preparação de Belém (PA), para sediar a Conferência Mundial do Clima em 2025

 

A pedido do senador Beto Faro (PA), líder da bancada do PT, a audiência pública realizada na tarde desta terça-feira (23) teve o propósito de chamar a atenção para a relevância da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30) para o mundo e a necessidade de investimentos para aprimorar a adequação logística da cidade de Belém à realização de um megaevento global.

“Nós temos a consciência de que essa será a COP da floresta amazônica, uma oportunidade única para o Brasil”, afirmou. A audiência realizada na Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado Federal, colocou na mesa as várias instâncias de trabalho que atuam na preparação da Conferência da ONU em Belém que irá receber delegações e comitivas de diversos países do mundo. Faro desabafou que a falta de diálogo entre os poderes precisa ser superada e sugeriu a criação uma Comissão no Senado para aproximar.

Liliam Beatriz, diretora do Departamento de Clima do Ministério de Relações Exteriores (MRE), presente à reunião, falou da Conferência do ponto de vista das negociações internacionais destacando que a COP é o maior evento realizado pela ONU e que as decisões que serão tomadas em Belém dependem de 196 países e estão firmadas em 3 pilares: as mitigações que levarão a redução dos gases de efeito estufa; a adaptação que passa pela consciência de que o aumento da temperatura global gera impactos; e também os meios de implementação que depende de recursos, sobretudo de países que historicamente poluíram e, portanto devem assumir essa conta. “É preciso destravar esses recursos, financiar as transições para que os mais vulneráveis possam reagir ao fenômeno. Fundo de perdas e danos do sul global”, disse.

Ana Toni, secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, falou do esforço do Brasil em fortalecer os órgãos ambientais que atuam na proteção da Floresta. Ela alertou que, o impacto das mudanças climáticas, atinge os mais “vulneráveis”. “É um acelerador de pobreza e desigualdade que afeta principalmente populações indígenas, quilombolas e populações que vivem em territórios vulneráveis como encostas”, declarou .

Cláudio Puty, representante da Prefeitura de Belém, comentou sobre o calendário de obras e ações que irão garantir a preparação de Belém para a Conferência do Clima como o Plano de Ação Climática e o inventário financiado pela União Europeia. “Os desafios na redução dos gases de efeito estufa passam pela transição no transporte público, como o uso de ônibus elétricos, por exemplo”, relatou.

Valter Correia, secretário extraordinário da COP 30, enfatizou a riqueza cultural de Belém, mas vê a necessidade de elevar a pressão sobre o calendário de obras que deverão ter espaços protocolares exigidos pela ONU e só restam 18 meses para que tudo esteja pronto.

(Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

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