Audiência pública proposta pelo senador Beto Faro (PT-PA) colocou em debate os desafios da bioeconomia dentro das rotas de integração do programa Nova Indústria Brasil com foco na Amazônia Legal
Apostar na regionalização das metas do Nova Indústria Brasil (NIB), evitando a concentração dos investimentos. Foi com esse objetivo que o senador Beto Faro (PT-PA) pautou na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), uma audiência pública que colocou na mesa um debate crucial na implementação de uma nova política industrial brasileira.
A desindustrialização brasileira é considerada pelos economistas como a mais grave em toda a América do Sul. A audiência teve a representação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do Banco da Amazônia (BASA), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e Ministério da Fazenda.
O ponto de partida do Governo Federal é levantar quais seriam as missões que dialogam com a Amazônia. No caso do estado do Pará, a interconexão entre indústria e infraestrutura atestam que um não nasce sem o outro.
O NIB foi justificado como forma de fomentar a recuperação do setor que, nas últimas décadas, apresentou queda significativas na participação na economia nacional. O plano prevê para os próximos 3 anos, a identificação dos territórios fronteiriços, a subutilização dos recursos naturais e o plano de ordenamento do entorno da região da Transamazônica no Pará.
De acordo com o senador Beto Faro, a recente proposta da “Nova Indústria Brasil” tem despertado expectativas sobretudo no que se refere a região Norte, onde é vital a necessidade de avançar para além de uma economia primária. “Esse é o momento mudar e verticalizar nossa cadeia produtiva, sobretudo do minério e do extrativismo vegetal como a produção de Cacau. O Pará lidera, mas os frutos são beneficiados na indústria da Bahia. O debate está posto. Precisamos fortalecer nossas indústrias regionais”, defendeu.
A posição do Brasil em apostar na revitalização da indústria segue uma tendência global. Só a título de comparação, os Estados Unidos investiram 1,93 bilhão de dólares na indústria nacional; seguido pelo Reino Unido, com 1,756 bilhão de dólares; a China, com 169 milhões de dólares e o Brasil com 60 milhões de dólares.
A transformação digital dos pequenos negócios, a territorialização e outras questões regionais também foram para a pauta, demonstrando a abrangência e a importância do debate.
Para o senador paraense, é essencial que todos os interessados participem ativamente dessa discussão para contribuir com ideias, insights e perspectivas que possam enriquecer a construção dessa nova política industrial. Juntos, podemos moldar um futuro mais próspero e sustentável para a indústria na Região Norte.
O senador Beto Faro, ao finalizar sua fala, destacou a sintonia entre os representantes do governo e da indústria na construção do projeto de reindustrialização. Mas ressaltou a necessidade de uma comunicação que socialize com todos os atores, as medidas que estão sendo implementadas. “ Também é preciso melhorar o acesso às linhas de crédito. O Açaí produz mais que a soja. E quantas cooperativas são financiadas com dinheiro público? Questionou o senador amazônida destacando que a biodiversidade é um patrimônio valioso da região Norte que tem ativos importantes como a Floresta, a biodiversidade e a maior bacia hidrográfica das américas.
