Segundo as investigações, as licitações eram caracterizadas pelos mesmos concorrentes e propostas irreais
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques e outras sete pessoas foram denunciados, nesta quinta-feira (21), pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro por fraude na compra de veículos blindados no valor de R$ 94 milhões entre 2019 e 2022. Eles são acusados de favorecer a empresa Combat Armor Defense do Brasil Ltda. em práticas ilícitas que podem configurar corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e formação de associação criminosa.
Os diretores da empresa tiveram a prisão solicitada pelo MPF na denúncia. Além da fraude, as diligências apuram os crimes de corrupção e formação de associação criminosa. A empresa Combat Armor tem matriz nos Estados Unidos, e o proprietário da companhia, Daniel Beck, é apoiador do ex-presidente Donald Trump, candidato à presidência dos Estados Unidos.
O MPF encontrou 14 blindados inutilizados na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro parados, em razão de inadequações técnicas. O Tribunal de Contas da União (TCU) também apura a conduta da empresa, que foi citada no relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos de 8 de Janeiro do Congresso Nacional.
Vasques também é acusado de atuar na organização de blitze da PRF no segundo turno das eleições de 2022. As barreiras, que ocorreram principalmente em cidades do Nordeste, teriam como objetivo atrasar a chegada de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas.
(Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles)