Decano do STF defende a responsabilização de condenados; diz que pedido de Bolsonaro é tentativa de “cuidar” de apoiadores
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes criticou nesta segunda-feira (11) a tentativa de anistiar os presos pelos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023. Pelo menos oito projetos no Congresso Nacional preveem o perdão para os bolsonaristas que invadiram a Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF).
“Muitos imputam ao ex-presidente uma falta de solidariedade. Jogou essa gente na fogueira e foi para Miami. Me parece que foi um tipo de mensagem para movimentar o seu establishment político, no sentido de ‘vamos ter uma bandeira de anistia’ não para os autores intelectuais, mas para aqueles pequenos que foram envolvidos nisso. Não tem cabimento anistia em relação a isso”, disse o magistrado numa entrevista à Globo News.
“A gente sempre desconfia. Na verdade, nós desconfiamos de que algo estava a ser gestado quando defendemos o inquérito das fake news, em 2019, de que algo de ruim poderia vir. Os 2 [atos de] 7 de Setembro [Proclamação da República] anteriores foram extremamente graves, agressivos. Ali já se ensaiava”, acrescentou.
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-mandatário consultou militares para saber como dar um golpe de Estado. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou Bolsonaro inelegível por ter questionado, sem provas, a segurança do sistema eleitoral brasileiro.
(Foto: Evaristo Sá/AFP)