Na reunião do Consea o presidente assinou decretos que regulamentam o Programa de Cozinhas Solidárias e a nova composição da cesta básica com alimentos mais saudáveis
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta terça-feira (5) que, ao final do seu mandato, em 2026, não haverá mais fome no Brasil. A fala ocorreu durante reunião do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), no Palácio do Planalto. Na ocasião, o presidente assinou dois decretos, um que regulamenta o Programa Nacional de Cozinhas Solidárias e outro sobre padrões mais saudáveis na composição da nova cesta básica.
“Criança desnutrida não pode esperar. Pessoas que não tomam café e não almoçam não podem esperar. É um compromisso de honra, de fé e de vida a gente acabar com essa maldita doença chamada fome, que não deveria existir num país agrícola como o Brasil”, disse Lula. Inclusive, sob sua liderança, o Brasil articula uma Aliança Global contra a fome no âmbito do G20. “Ao terminar o meu mandato, no dia 31 de dezembro [de 2026], a gente não vai ter mais ninguém passando fome por falta de comida neste país”, prometeu.
Durante a reunião, a presidente do Consea, Elisabetta Recine, entregou a Lula um documento com 248 propostas aprovadas na 6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. A ideia é que as propostas integrem o próximo Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional para o período de 2024 a 2027.
Cozinhas Solidárias
O Programa Nacional de Cozinhas Solidárias (Lei 14.628/2023) criado no ano passado deu continuidade às ações que floresceram em solidariedade na pandemia para oferecer alimento aos mais necessitados. A distribuição de alimentos com apoio do governo e pelas diretrizes determinadas visa capacitar os colaboradores das cozinhas e o acesso aos alimentos saudáveis pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Na ocasião, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, anunciou R$ 40 milhões pelo PAA para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e parceria com o a Fundação Banco do Brasil para levar equipamentos e eletrodomésticos para as cozinhas.
Dias estimou em cerca de R$1,1 milhão de refeições entregues todos os meses, com a perspectiva de alcançar R$ 13,2 milhões de refeições entregues somando todas as iniciativas do governo.
Cesta Básica
O presidente ainda assinou decreto sobre a nova composição da cesta básica, que estabelece a inserção de alimentos mais saudáveis, evitando os ultraprocessados e as enfermidades decorrentes pela ingestão de longo prazo, como diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão e obesidade. “Estamos contribuindo para que o Brasil não apenas saia do mapa da fome, encarando a desnutrição, mas também reduza o problema real causado pela obesidade”, afirmou o ministro.
Confira o que passa a compor a cesta básica de alimentos:
- feijões (leguminosas);
- cereais;
- raízes e tubérculos;
- legumes e verduras;
- frutas;
- castanhas e nozes (oleaginosas);
- carnes e ovos;
- leites e queijos;
- açúcares, sal, óleo e gorduras;
- café, chá, mate e especiarias.
(Foto: Ricardo Stuckert/PR)