No último dia do julgamento de Daniel Alves, além das palavras do brasileiro, a defesa da acusação pediu pena máxima para o jogador brasileiro
O ex-jogador Daniel Alves chorou e negou a acusação de agressão sexual contra uma mulher, em uma boate da cidade, em dezembro de 2022, no último dia do seu julgamento no Tribunal Provincial de Barcelona. Na audiência desta quarta-feira (7), o jogador detalhou o que afirmou ter sido uma relação sexual consensual e declarou que “estava praticamente arruinado” com as consequências do caso, como contas bloqueadas e perdas de contrato. Ao final da audiência, a defesa do brasileiro pediu liberdade condicional e sua absolvição.
Na visão de Inés Guardiola, advogada do lateral, ele não se limitou a dar apenas uma versão e a mulher também demonstrou interesse na relação sexual. “A violência descrita pela denunciante na penetração é incompatível com a prova pericial médica. Nenhum ferimento nas suas genitais interna ou externa. Corrobora que a relação sexual foi consentida.(…) Não tinha nenhuma vermelhidão nem sinal (no rosto). É incompatível com a mecânica que descreve. (…) É essencial avaliar o comportamento anterior para avaliar o consentimento”, declarou a advogada.
Já a defesa da vítima pediu a condenação por 12 anos de prisão ao ex-jogador do Barcelona e da seleção brasileira. É a pena máxima prevista para esse tipo de crime no país. O brasileiro, de 40 anos, está preso desde o dia 20 de janeiro. “Não é não. Ela disse ‘quero ir já’. Ele sabia que ela não queria pois ela tinha manifestado. Ele deu tapas na cara. Ato de humilhação”, disse Ester García, a advogada responsável pela defesa da denunciante no julgamento.
As informações foram veiculadas por diferentes veículos espanhóis. Na semana passada, a advogada da vítima, Ester García, recusou o acordo proposto pela defesa de Daniel Alves e reiterou que “qualquer delito contra a liberdade sexual torna os danos morais e as sequelas irreparáveis”. A defesa da vítima também pediu uma medida protetiva impedindo que Daniel Alves se aproxime da moça por menos de um quilômetro durante 10 anos após o jogador cumprir sua pena. O documento entregue à Justiça inclui ainda a requisição de que o brasileiro tenha a liberdade vigiada depois que saia da prisão.
Após o fim das investigações, as partes do caso foram convocadas a um julgamento oral”, uma etapa anterior ao julgamento. O Ministério Público pediu a prisão de nove anos de Alves. A defesa do lateral requereu a liberdade, que foi negada pela quarta vez desde sua prisão. Nesta terça, foi a vez da defesa da vítima mostrar sua argumentação e pedir uma pena de 12 anos. Diante da falta de um acordo, a Justiça da Espanha deve agendar o julgamento em breve. Casos que envolvem crimes sexuais não preveem júri popular no país.
(Foto: Jorid Borràs / ACN)