São Bernardo do Campo, onde fica a planta da montadora, é o berço político do petista
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou nesta sexta-feira (2) a unidade da Volkswagen em São Bernando do Campo, no ABC paulista, e participou da cerimônia que marcou o anúncio do seu novo ciclo de investimentos no Brasil. A previsão é que a montadora injete cerca de R$ 16 bilhões até 2028 na produção do País. A excelente notícia para a indústria nacional e para toda a cadeia produtiva, com geração de empregos e oportunidades, faz os valores já anunciados nos últimos meses pela indústria automobilística no Brasil chegar a R$ 41,4 bilhões.
A solenidade ainda contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ministros do governo federal e o presidente da Volks, Ciro Possobom. Durante a visita, Lula posou para fotos e foi ovacionado por trabalhadores enquanto desfilava em um carro aberto da marca dentro da fábrica. Para o ciclo de 2022 a 2026, a marca alemã havia anunciando um aporte de investimentos de 7 bilhões na América Latina. Para o novo ciclo, previsto para os anos de 2026 a 2028, serão somados mais 9 bilhões. Neste período, a montadora projeta o lançamento de 16 novos veículos, incluindo modelos híbridos, 100% elétricos e Total Flex.
Os novos projetos vão marcar a chegada de uma nova plataforma no Brasil: o projeto MQB Hybrid. A nova plataforma modular, de acordo com a Volks, é “inovadora, tecnológica, flexível e sustentável”, e comporta uma combinação de avançados sistemas de combustão e eletrificação, utilizando sistema de alta voltagem.
“Eu fico extremamente feliz de vir à Volkswagen ouvir o anúncio de um investimento de R$ 16 bilhões até 2028. Mas não é só a Volkswagen, o setor automotivo do país está anunciando R$ 41 bilhões em investimentos porque as pessoas voltaram a acreditar nesse país”, afirmou o presidente Lula durante a cerimônia na fábrica Anchieta. São Bernardo do Campo, onde fica a planta da montadora, é o berço político de Lula. Ele emergiu para o cenário nacional como dirigente do sindicato dos metalúrgicos, a categoria que efetivamente monta os carros dentro das fábricas.
O presidente Lula também abordou a queda na venda de carros no país nos últimos governos e os esforços da atual gestão para oferecer um ambiente favorável para o avanço da indústria nacional. “Quando eu deixei a presidência, em 2010, a indústria automobilística vendia 3,7 milhões de carros por ano. Eu voltei para a presidência em 2023 e a indústria automobilística vende 2 milhões de carros. Ou seja, perdeu quase 50%. Por quê? Porque não tinha poder de compra, não tinha consumo, as empresas não acreditavam no Brasil”, contou.
“E o nosso papel é fazer com que a gente garanta estabilidade política, econômica, fiscal, jurídica e que a gente tenha previsibilidade do que a gente quer nesse país. Esses são os ingredientes do sucesso”, completou Lula.
Melhoria do ambiente econômico
De acordo com o governo, os novos investimentos são “reflexo da melhoria do ambiente econômico, estimulado pela aprovação da reforma tributária, redução da taxa Selic, estabilidade do câmbio e o lançamento do Mover, programa nacional de Mobilidade Verde e Inovação”. Ao lado do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, Lula lembrou que não é só a Volkswagen que está investindo no país. “O setor automobilístico vai investir, junto, R$ 41 bilhões porque as pessoas voltaram a sonhar e melhorar de vida”.
De acordo com o presidente, o retorno dos investimentos é consequência do trabalho realizado pelo governo, que permitiu que ele cumprisse suas promessas de campanha: “O último ato que fiz numa porta de fábrica eu disse algumas coisas. Eu disse que as pessoas iam voltar a comer carne. Que o Brasil ia voltar a gerar empregos e que o Brasil voltaria a ser respeitado no mundo. E, em apenas um ano, estamos conseguindo isso”, disse.
Investimento da indústria automotiva com Lula:
- R$ 16 bilhões – Volkswagen (até 2028);
- R$ 7 bilhões – General Motors (até 2028);
- R$ 10 bilhões – Great Wall (até 2032);
- R$ 5,1 bilhões – Renault (até 2027);
- R$ 4,5 bilhões – CAOA (até 2028);
- R$ 3 bilhões – BYD (até 2030);
- R$ 2,8 bilhões – Nissan (até 2025).
(Foto: Ricardo Stuckert/PR)