Foram registradas 23.257.812 admissões contra 21.774.214 desligamentos no ano passado. O maior crescimento de emprego formal ocorreu no setor de serviços, com um saldo de 886.256 postos de trabalho, uma alta de 4,4%
O mercado formal de trabalho fechou o ano passado com a geração de 1,483 milhão de empregos, considerando contratações menos demissões. O resultado representa queda de 27% em relação ao registrado em 2022, quando os novos postos com carteira assinada atingiram 2,037 milhões, segundo dados consolidados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta terça-feira (30). Foi a menor geração de empregos desde 2020, no auge dos efeitos da Covid-19, quando o total ficou negativo em 191 mil postos de trabalho.
O saldo acumulado foi resultado de 23.257.812 admissões e 21.774.214 desligamentos. Do total, 255.383 (17,2%) são caracterizados como não típicos, com predominância de trabalhadores com menos de 30 horas e intermitentes. O maior crescimento do emprego formal ocorreu no setor de serviços, com um saldo de 886.256 postos de trabalho, uma alta de 4,4%. Os principais destaques foram informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (380.752) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (204.859).
Em seguida, o setor de comércio foi o segundo maior gerador de postos de trabalho, com um saldo de 276.528 vagas. De acordo com a pasta, o desempenho é explicado pela forte aceleração do setor no quarto trimestre, tendo o comércio varejista de mercadorias em geral e supermercados gerado 39.042 vagas e minimercados 13.967, além do comércio de combustíveis para veículos que gerou 15.002 postos no ano.
A construção civil apresentou saldo de 158.940 em 2023, uma alta de 6,6% em comparação ao ano anterior. Em quarto lugar ficou a indústria, que gerou 127.145 postos de trabalho, alta de 1,5%, e a agropecuária, com 34.762 postos de trabalho gerados no ano, número 2,1% maior. Todas as 27 unidades federativas apresentaram saldos positivos na geração de empregos, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. No comparativo entre as regiões, as maiores gerações ocorreram no Sudeste, Nordeste e Sul. O maior crescimento, porém, foi verificado no Nordeste, 5,2%, com geração de 106.375 postos no ano.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que o saldo do emprego formal no primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “razóavel” e tem relação direta com o comportamento da atividade econômica que se desacelerou no segundo semestre. O resultado veio abaixo da previsão do ministro, que projetou a criação de criação de 2 milhões de empregos. “Não vamos comemorar, mas é um número razoável no primeiro ano de governo. Precisamos agora fazer uma colheita melhor”, afirmou o ministro, acrescentando que, apesar do início da trajetória de queda nos juros e do programa “Desenrola”, as familias ainda estão muito endividadas.
Ele evitou fazer uma nova previsão para 2024, mas destacou que a tendência é de melhoria do mercado formal de trabalho. “Creio que a tendência neste ano é ser melhor do que no ano passado”, disse o ministro, citando os projetos do governo em andamento, como a retomada de obras paralisadas.
Em dezembro, mês tradicionalmente negativo para emprego formal devido aos desligamentos de trabalhadores temporários no fim de ano, foram fechadas 430.159 vagas com carteira assinada. No mesmo período de 2022, foram eliminados 431.011 postos, saldo negativo que sobe para 455.544, considerando ajustes, declarações prestadas por empresas fora do prazo.
O salário médio real de admissão em dezembro foi de R$ 2.026,33, apresentando estabilidade com leve redução de R$ 6,52 quando comparado com o valor corrigido de novembro, que foi de R$ 2.032,85. Já em comparação com o mesmo mês do ano anterior, que desconta mudanças decorrentes da sazonalidade do mês, o ganho real foi de R$ 40,17, o equivalente a 2,0%.
Ainda de acordo com os dados, a geração de empregos foi distribuída entre os homens (840.740 postos) e as mulheres (642.892 postos). Para a população com deficiência, o saldo foi de 6.388 postos de trabalho, um crescimento de 40,1% em relação ao de 2022, mostrando o resultado das ações de inclusão. No quesito raça houve evolução do número de declarações preenchidas ao longo do ano. A maior geração de vagas no ano foi para pardos (+682.072), seguido por pretos (+136.934), brancos (+135.441), amarelos (+42.391) e indígenas (+1.539).
( Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)