Além de militante do MST desde 1997, Kelli Mafort é doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista (Unesp)
A ex-coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Kelli Cristine de Oliveira Mafort, vai assumir como secretária-executiva da Secretaria Geral da Presidência, comandada pelo ministro Márcio Macêdo (PT). A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (16).
Ela entra no lugar de Maria Fernanda Coelho, que saiu da pasta após o Ministério Público pedir uma investigação contra Márcio Macedo, após foto em carnaval fora de época. Mafort já integrava a pasta como secretária nacional de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas.
Em seu perfil no X, antigo Twitter, Mafort agradeceu ao ministro pela indicação. “Agradeço ao ministro Márcio Macêdo pelo convite e pela confiança depositada em minha trajetória de vida e no aprendizado obtido como gestora”, escreveu.
No ano passado, Mafort esteve à frente da Secretaria Nacional de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas, dentro da pasta chefiada por Macêdo. Além de militante do MST desde 1997, Mafort é doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e graduada em Pedagogia.
“Agradeço a toda coletividade de servidores e servidoras da Secretaria-Geral da Presidência, especialmente meus colegas da Secretaria Nacional de Diálogos Sociais, com quem tanto aprendi. Agradeço aos movimentos sociais, populares, urbanos, do campo, indígenas e quilombolas, aos movimentos sindicais e organizações da sociedade civil pelo permanente compartilhar”, escreveu Mafort.
Em 2016, a líder do MST liderou a ocupação da fazenda de João Baptista Lima Filho, sócio da Argeplan e amigo do então vice-presidente Michel Temer, no interior de São Paulo. À época, ela afirmou que a ocupação ocorreu de forma pacífica e que o grupo permaneceria no terreno por tempo indeterminado.
A mudança de cargo ocorre após Maria Fernanda Coelho ter pedido demissão da Secretaria-Executiva. Em nota à imprensa, a pasta afirmou que a saída se deu por “questões pessoais”. Dias após a demissão, o Ministério Público solicitou que o Tribunal de Contas da União investigasse a compra de passagens do ministro Márcio Macêdo e assessores no pré-carnaval de Aracaju.
Na representação, o subprocurador Lucas Furtado cita que Maria Fernanda Coelho teria se demitido por ter se negado a assinar a liberação de dinheiro público para a compra dos bilhetes aéreos.
(Foto: Reprodução/Facebook)